Marcelo evita Sócrates mas condena ligações entre economia e política - TVI

Marcelo evita Sócrates mas condena ligações entre economia e política

  • 4 mai 2018, 19:18

Presidente da República recusa comentar saída do ex-primeiro-ministro do PS. Porque "se trata de um caso individual, que está a cargo da justiça e que envolve a vida interna de um partido"

 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se esta sexta-feira contra ligações entre setores económicos e políticos, em termos gerais, escusando-se a comentar a decisão do antigo primeiro-ministro José Sócrates de se desfiliar o PS.

O chefe de Estado não quis comentar a desfiliação do Partido Socialista de José Sócrates, alegando que se trata de um caso individual, que está a cargo da justiça e que envolve a vida interna de um partido.

Portanto, a três títulos, eu não posso comentar esta matéria”, acrescentou.

Perante a insistência dos jornalistas, em Évora, o Presidente da República disse ter, “há muitos anos”, uma posição, em “questões genéricas”, contra as ligações entre setores económicos e políticos.

Quando fui líder partidário, num congresso, fiz um grande ataque às ligações que havia ou podia haver entre setores económicos e políticos. Isso é em geral”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Desfiliação de Sócrates

José Sócrates, 60 anos, é o principal arguido na Operação Marquês, em que está acusado de vários crimes económico-financeiros, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.

No âmbito da investigação, esteve preso preventivamente durante 288 dias, entre novembro de 2014 e setembro de 2015.

Sócrates aderiu ao PS em 1981, e foi secretário-geral do partido entre 25 de setembro de 2004 e 06 de junho de 2011.

Em 2005, obteve a primeira maioria absoluta do PS em eleições legislativas e foi primeiro-ministro até 2011, depois de o seu Governo ter pedido ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.

Num artigo publicado esta sexta-feira no Jornal de Notícias, José Sócrates disse que a sua saída do PS visa acabar com um “embaraço mútuo”, após críticas da direção que, na sua opinião, ultrapassam os limites do aceitável.

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