Marcelo defende que Europa deve ser uma potência política para garantir equilíbrio - TVI

Marcelo defende que Europa deve ser uma potência política para garantir equilíbrio

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  • RL
  • 1 out 2020, 18:03
Marcelo Rebelo de Sousa e Felipe VI

O presidente da República, que falou durante quase meia hora na abertura do Fórum La Toja, a decorrer até sábado em Pontevedra, na Galiza

 Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quinta-feira que a União Europeia deve assumir-se como potência política e estratégica para garantir o equilíbrio mundial, face ao que classificou de crise de multilateralismo internacional.

Neste período tão complexo é fundamental que a União Europeia seja ela própria uma potência. Que ela seja uma potência política e estratégica, como é comercial" , afirmou o Chefe de Estado na abertura do Fórum La Toja, a decorrer até sábado na ilha de La Toja, em Pontevedra, na Galiza, Espanha.

"Que ela esteja unida e seja rápida a decidir como foi rápida a decidir no Conselho Europeu em que definiu um horizonte para a saúde, um horizonte para a crise económica e social, medidas de emergência e planos para o médio e longo prazo", sustentou.

É preciso mais Europa e a Europa a decidir rapidamente. É preciso que os fundos europeus do Orçamento de 2020 cheguem em 2020 e, que o Plano de Recuperação e Resiliência e o mecanismo financeiro plurianual cheguem o mais próximo possível do início de 2021", reforçou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que só com "mais Europa e mais União Europeia" haverá "equilíbrio no mundo", confrontado com "o aparecimento de posições isolacionistas e contrárias ao livre comércio internacional, colocando problemas no relacionamento entre aliados de sempre", referindo a tensão entre os EUA e a China.

Foi o que aconteceu não no plano político e da defesa, mas no plano económico e financeiro entre EUA e a União Europeia", disse.

"A República Popular China é parceiro económico de Portugal há quase 500 anos mas que não tem a posição do aliado norte-americano. A República Popular da China que cresce no mundo através da sua presença económica mais do que imediatamente geopolítica ou militar, tentando substituir, hoje, uma potência regional [Federação Russa] que nem por isso é menos intensa na sua estratégia, alargando a intervenção regional na Europa de Leste, no Mediterrâneo no Próximo Oriente, no Médio Oriente, no Norte de África, com uma ou outra presença pontual noutros pontos do continente africano", apontou.

O Presidente da República, que falou durante quase meia hora, lamentou que o mundo esteja a viver "uma crise de multilateralismo quando era tão importante que ele existisse".

A pandemia mostrou o fracasso deste multilateralismo imperfeito", considerou.

O Fórum La Toja, realizado na ilha com o mesmo nome, pretende ser "um evento de referência no debate intelectual e académico", em defesa dos "valores da democracia liberal. De acordo com o seu portal na Internet, www.forolatoja.com, aquele fórum procura ter "uma representação equilibrada dos diferentes países que compõem o espaço atlântico".

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