França: a cada três dias morre uma mulher

Em cada três dias, morre uma mulher vítima de maus-tratos em França. Nos primeiros nove meses o ano 94 mulheres e 19 homens perderam a vida em consequência da violência doméstica, disse quarta-feira uma ministra do executivo francês.

Segundo escreve a agência Lusa que cita Catherine Vautrin, ministra para a Paridade, a violência doméstica «é uma praga que atinge todas as classes sociais».

A ministra indicou que planeia propor tornar a violência conjugal uma causa nacional para 2008, sendo o ano de 2007 dedicado a promover a igualdade de oportunidades.

Contudo, uma campanha para sensibilizar a nação para o problema da violência doméstica está em marcha sábado, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, lançado pela ONU.

Em Janeiro será lançada uma linha especial de ajuda, de quatro dígitos, disse Vautrin. Também em Janeiro, será mais fácil a uma mulher sair da sua casa para procurar um abrigo especial, precisou.

Em Abril de 2006, a lei reforçou as sanções contra os cônjuges e os parceiros violentos podendo o tribunal expulsar de casa o cônjuge autor dos actos de violência.

Este ano, pela primeira vez, pessoas condenadas por violência doméstica foram excluídas da lista dos possíveis beneficiários de um indulto presidencial anual no 14 de Julho, o dia nacional francês.

Sessenta Estados em todo o mundo aprovaram leis contra a violência conjugal, contra 45 em 2003, indicou quarta-feira o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para as Mulheres (UNIFEM), com sede em Nova Iorque.

No total, 89 países tomaram disposições jurídicas contra este tipo de violência.

«Uma outra luz de esperança decorre do facto de que os níveis de financiamento das iniciativas que visam erradicar a violência a respeito das mulheres terem aumentado», congratulou-se Noeleen Heyzer, directora da UNIFEM num comunicado recebido em Paris.

O Fundo especial das Nações Unidas contra a violência em relação às mulheres, gerido pela UNIFEM, deverá gastar 3,5 milhões de dólares este ano.

Sábado, manifestações, colóquios, ou lançamento de campanhas de comunicação vão decorrer em vários zonas do mundo sobre o tema da violência contra as mulheres.