Com apenas uma hora e meia de negociação, as acções do BPI fecharam esta terça-feira a afundar 7,64% para 1,10 euros, ajustando em baixa ao preço da Oferta Pública de Aquisição do CaixaBank a 1,113 euros.
Um pouco antes do levantamento da suspensão da negociação, o BPI disse estar em contacto com o Banco Central Europeu após o Caixabank e a Santoro terem falhado um acordo para o banco reduzir os 50,1% no Banco Fomento de Angola, visando evitar uma pesada multa de 162 mil euros diários.
"É um movimento normal de se posicionar abaixo, já que a OPA se vai concluir apenas dentro de meses", disse Albino Oliveira, analista da Fincor, à agência Reuters.
"Para já, o mercado não está a apostar numa revisão em alta do preço, é o que isto quer dizer. Mas isto ainda é o início da negociação. Será interessante ver, nos próximos dias, se a cotação se posiciona acima da contrapartida oferecida, ou não.", acrescentou.
Entretanto, a empresária angolana Isabel dos Santos atacou o Governo por ser "declaradamente parcial" ao aprovar o diploma que põe fim ao limite dos direitos de voto no BPI para favorecer o Caixabank, quando decorriam negociações, aumentando o risco de uma batalha jurídica.
BCP arrastado por queda do BPI
No vermelho encerraram também os títulos do maior banco privado português, Millennium BCP, que perderam 3,68%, prolongando a queda de ontem, associada à ruptura do acordo accionista no BPI, que esfriou o ângulo especulativo quanto a uma possível entrada de Isabel dos Santos no capital do BCP.
Apesar das quedas da banca, o índice acionista PSI20 conseguiu subir uns ligeiros 0,3%, impulsionado pelos ganhos dos pesos-pesados Jerónimo Martins e Galp.
Nota negativa ainda para a Altri que afundou 7,17% e para a Sonae Capital que caiu 3,23%.