ING baixa preço alvo da EDP em face do prémio pago pela Cantábrico - TVI

ING baixa preço alvo da EDP em face do prémio pago pela Cantábrico

EDP

O banco ING reviu em baixa o preço alvo para a Electricidade de Portugal (EDP) para os 2,35 euros por acção, mantendo a recomendação em manter.

Uma revisão tendo em conta o prémio de 4% pago para reforçar a sua posição na Cantábrico, o que tornará a eléctrica nacional mais sensível à subida do preço do carvão e às restrições impostas pelo Protocolo de Quioto em Espanha.

A EDP irá pagar perto de dois mil milhões de euros por 56,2% da Hidrocantábrico, o que avalia a eléctrica espanhola em 2,1 mil milhões de euros. Um valor que representa um prémio de 4% face à avaliação de 2 mil milhões de euros do banco de investimento holandês.

Este reconhece o interesse da EDP no reforço da sua posição na Cantábrico, no âmbito da formação de um mercado ibérico para a electricidade. No entanto, aponta dois efeitos desfavoráveis: o aumento da exposição da EDP à subida do preço do carvão e à diminuição dos lucros entre 2005 e 2007

De acordo com os cálculos do ING, cerca de 73% da produção de energia pela Cantábrico é proveniente do carvão. O que torna a EDP mais exposta à subida da matéria-prima. Por outro lado, o banco de investimento considera que a eléctrica nacional estará mais sujeita às regras importas pelo Protocolo de Quioto para Espanha.

O banco estima que a Cantábrico necessitará de 1,7 milhões de toneladas adicionais de direitos de emissão em 2005 para cobrir as necessidades de emissão de poluentes, o que terá um impacto negativo no EBITDA de 3% ao ano nos próximos três anos, assumindo um preço de oito euros por tonelada.

O impacto do reforço da posição da EDP na Cantábrico far-se-á também sentir nos resultados líquidos da eléctrica nacional entre 2005 e 2007. Segundo as estimativas do banco de investimento holandês, o impacto será negativo, podendo variar entre uma quebra de 6 a 8% nos lucros.
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