Alemanha quer «resultado forte» em Londres

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse esta quarta-feira que a Alemanha quer obter «um forte resultado» na Cimeira do G20, quinta-feira, em Londres, considerando-a «uma das conferências mais decisivas» dos últimos anos.

Em resposta a uma pergunta sobre as afirmações do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, de que abandonará a Cimeira se as conclusões forem insatisfatórias, Merkel sublinhou que a clareza em Londres «também é do interesse alemão».

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Numa declaração aos jornalistas em Berlim, a chefe do Governo alemão acrescentou que viaja esta quarta-feira para a capital britânica «com confiança e preocupação».

Para Merkel, «o mundo está numa encruzilhada», em Londres é preciso agir, e a Alemanha quer um resultado «forte» na Cimeira dos sete países mais industrializados e dos principais países emergentes.

«O ponto de partida para a Cimeira do G20, em Novembro, em Washington, era tirar lições, as devidas lições desta crise».

Regras para os mercados financeiros

A chanceler reiterou também a sua proposta de uma Carta da Economia Sustentável, um modelo de Constituição para os mercados financeiros destinado a impedir operações especulativas que conduzam a uma nova crise.

Instada a comentar críticas do Governo japonês aos programas conjunturais da Alemanha, Merkel disse não excluir que a questão seja debatida na Cimeira do G20.

Merkel recusa novos planos anti-crise

Simultaneamente, voltou a recusar novos planos anti-crise na maior economia europeia, frisando que o último foi aprovado apenas há seis semanas, tem um volume de 50 mil milhões de euros, e a sua implementação ainda nem sequer começou.

«Quanto aos impulsos fiscais, estamos no grupo da frente dos países do G20», alegou a chanceler.

Por sua vez, o ministro das finanças, Peer Steinbrueck, lembrou que quando a Alemanha presidiu ao G8 propôs, em Fevereiro de 2007, uma maior transparência dos mercados e um controlo rigoroso dos fundos de investimento de alto risco.

«A reacção anglo-americana na altura é conhecida, mas desde aí fizemos progressos espantosos», disse o político social-democrata.