Sindicato: OPA foi contestada por BPI por eliminar 3 mil empregos - TVI

Sindicato: OPA foi contestada por BPI por eliminar 3 mil empregos

BPI/BCP

O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas recordou que um dos argumentos do presidente-executivo do BPI, Fernando Ulrich, para contestar a OPA do BCP foi a de que implicava eliminar 3 mil postos de trabalho.

Relacionados
Em declarações à agência «Lusa», Delmiro Carreira diz que a proposta de fusão, mesmo que não fechem balcões, nos serviços centrais resulta sempre destes processos um excedente de recursos humanos.

Para o dirigente sindical, «a tónica é sempre posta nos accionistas e na dimensão do banco» resultante, mas «apetece reivindicar que a lei obrigue a que a componente recursos humanos seja um dos elementos a considerar nestes processos».

Delmiro Carreira sublinhou que ainda quinta-feira o Ministro das Finanças reconheceu que o desemprego é um dos problemas do país e considerou que desta fusão podem sair mais desempregados.

«Estamos a falar de quase 18 mil trabalhadores», cerca de 10.500 do BCP e mais de 7 mil do BPI, destacou Delmiro Carreira, observando que quase um terço corresponde pessoas com funções de chefia ou de enquadramento, que podem ser muito afectadas nestes processos.

Precisou que o BCP tem 2.650 pessoas em cargos de chefia e o BPI 1.755.

Delmiro Carreira afirmou que há também problemas ao nível das condições de trabalho, dado que o grupo Millenium BCP tem um acordo colectivo de trabalho (ACT) próprio e o BPI subscreve o contrato colectivo de trabalho (CCT) do sector, que estabelecem condições significativamente diferentes, nomeadamente a nível de salários e carreiras.

Oliveira Alves, coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) do BPI, afirmou à Lusa que os representantes dos trabalhadores da instituição «foram apanhados de surpresa e souberam da proposta de fusão pela comunicação social».

Acrescentou que a CT só recebeu ao fim da tarde uma comunicação da administração do BPI por correio electrónico e não houve qualquer reunião.

Oliveira Alves salientou que ainda hoje de manhã a CT vai protestar pela falta de informação e vai pedir uma reunião com o presidente da comissão executiva do BPI, Fernando Ulrich, para obter mais informação sobre a proposta de fusão e poder tranquilizar os trabalhadores quanto à garantia dos seus direitos, tanto em matéria de manutenção do emprego como de condições de trabalho.

Salientou que é preciso assegurar que não haja condições de trabalho diferentes entre trabalhadores oriundos de cada uma das instituições num banco resultante de uma eventual fusão.

Oliveira Alves observou que a CT quer que a administração do BPI garanta que «serão combatidos os pressupostos que (na altura da OPA do BCP) a administração (do BPI) considerou negativos», nomeadamente a previsão de eliminação de pelo menos 3 mil postos de trabalho e encerramento de 300 balcões.

Acrescentou que outro pressuposto considerado na altura negativo pelo BPI é de que em muitas localidades poderia deixar de haver concorrência bancária.
Continue a ler esta notícia

Relacionados