Mundiais Atletismo: Bolt e mais nove atletas a seguir em Londres - TVI

Mundiais Atletismo: Bolt e mais nove atletas a seguir em Londres

Bolt a ser Bolt antes do meeting de Ostrava

Jamaicano encerra em Londres uma carreira inigualável e é sobre ele que incidem quase todos os holofotes. Mas há muitos mais motivos de interesse

(artigo atualizado às 21h50)

Os Mundiais de Atletismo realizam-se em Londres entre esta sexta-feira, 4 de agosto, e domingo (13). O adeus do campeoníssimo Usain Bolt às pistas é o prato forte do evento, mas há muitos mais motivos de interesse e recordes que podem estar sob ameaça noutras disciplinas.

O Maisfutebol reuniu dez nomes (cinco masculinos e cinco femininos) a seguir com atenção durante os próximos dez dias.

USAIN BOLT (100 metros): o homem mais rápido da história despede-se do atletismo em Londres, a poucas semanas de completar 31 anos. Não está ao nível de outros tempos, mas a ausência por lesão do canadiano Andre De Grasse, apontado como a maior ameaça ao jamaicano, pode escancarar-lhe as portas de mais um ouro neste sábado. Desde que começou a ganhar grandes competições, nos Jogos Olímpicos de 2008, Bolt só perdeu uma grande prova individual em 2011, quando foi desqualificado na final dos 100 metros nos Mundiais de Daegu, na Coreia do Sul. Vai correr o hectómetro e a estafeta dos 4x100m, abdicando da distância dos 200 metros, onde se manteve também imbatível durante praticamente uma década.

WAYDE VAN NIEKERK (200 e 400 metros): deixou meio mundo de boca aberta quando pulverizou nos Jogos do Rio de Janeiro o recorde do norte-americano Michael Johnson nos 400 metros, que resistia desde 1999. O sul-africano correu a distância em 43,03 segundos, retirando 15 centésimos à anterior melhor marca da história. Campeão mundial e olímpico, não espantaria agora se fosse o primeiro homem a baixar do segundo 43. Também vai marcar presença nos 200 metros, mas aqui deverá ter mais oposição. Foi apontado por Usain Bolt como o seu herdeiro nas distâncias curtas.

 

MO FARAH (5.000 e 10.000 metros): aos 34 anos ainda está para as curvas e não tem encontrado grande oposição nas provas de 5 mil e 10 mil metros desde que Kenenisa Bekele começou a dedicar-se a distâncias mais longas. Desde 2012 que não perde uma grande final nos 10 mil metros e nos 5 mil reina desde 2011. Nesta sexta-feira já levou os espectadores à loucura com uma prestação notável e o consequente ouro nos 10 mil. Nascido na Somália e naturalizado britânico, nada melhor do que ganhar em casa pouco antes do já anunciado adeus ao atletismo de pista.

CHRISTIAN TAYLOR (triplo salto): tem 27 anos e já disse estar pronto para bater o recorde mundial do britânico Jonathan Edwards, que saltou 18,29 metros em 1995. Há dois anos, em Pequim, o norte-americano ficou lá perto (saltou 18,21m) e um dos recordes mais antigos do atletismo pode finalmente cair. Nélson Évora, campeão mundial há dez anos e medalha de bronze em 2015, pode sonhar com uma boa prestação, mas será difícil voltar a subir ao pódio.

RYAN CROUSER (peso): o norte-americano parte em vantagem no lançamento do peso e deverá travar um duelo interessante com o compatriota Joe Kovacs. Há pouco mais de um mês lançou 22,65 metros em Sacramento, o oitavo melhor registo de sempre e o melhor desde 2003. No ano passado foi ouro no Rio com um recorde olímpico. O recorde mundial (Randy Barnes com 23,12m em 1990) está ainda a uma distância relativamente considerável, mas será descabido descartar esta meta?

ELAINE THOMPSON (100 metros): é a mulher mais rápida do momento e uma das mais velozes da história, com 10,70 registados nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Campeã olímpica e mundial em título, pode voltar a fazer história e mostrar que o histórico recorde de Florence Griffith-Joyner (10,49s em 1988) não é inalcançável.

DAFNE SCHIPPERS (200 metros): melhor do que ela nesta distância só mesmo as norte-americanas Florence Griffith-Joyner e Marion Jones. Campeã mundial há dois anos com o «tempo canhão» de 21,63 segundos, tem uma reta final fortíssima. Não parece tão dominante como noutros tempos e, teoricamente, terá em Tori Bowie a grande adversária na luta pelo ouro. As duas também estão entre as favoritas às medalhas no hectómetro.

 

KENDRA HARRISON (100 metros barreiras): a norte-americana pulverizou no ano passado (curiosamente em Londres) o recorde mundial que estava na posse da búlgara Yordanka Donkova desde 1988. Correu a distância em 12,20s e continua a registar marcas muito interessantes. O recorde do mundo pode voltar a cair.

CASTER SEMENYA (800 metros): apareceu em força nos Mundiais de 2009 quando aos 18 anos deixou toda a concorrência a 20 metros. Depois de acusações de consumo de drogas e até testes de género, andou desaparecida após os Jogos Olímpicos de 2012, mas voltou no ano passado com o ouro no Rio de Janeiro. Apesar das boas marcas de Francine Niynsaba, do Burundi, corre contra ela própria poucas semanas após ter batido o recorde pessoal, com 1:55.27. Procura regressar aos ouros em mundiais pela primeira vez desde 2011.

ANITA WLODARCZYK (martelo): raramente perde uma grande competição os 13 (sim, treze) melhores arremessos da história pertencem-lhe. Há dias lançou 82,87 metros, ficando a onze centímetros do seu recorde mundial. Salvo alguma catástrofe, o ouro está entregue e pode vir aí novo recorde do mundo.

Atenção a INÊS HENRIQUES (50 km marcha): a marchadora portuguesa é a recordista mundial dos 50 quilómetros marcha, prova que vai ser estreada na variante feminina em campeonatos do mundo. Não promete ir às medalhas, mas é talvez a esperança mais sólida de Portugal. 

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