Muçulmana de 13 anos impedida de jogar por não querer mostrar braços - TVI

Muçulmana de 13 anos impedida de jogar por não querer mostrar braços

Fatima Habib, jogadora do Clube de Basquetebol de Tavira, usava uma camisola por baixo do equipamento

Uma jogadora muçulmana de sub-16 do Clube de Basquetebol de Tavira foi este domingo impedida de jogar no encontro frente ao Imortal Basquetebol Clube de Albufeira por se recusar a despir a camisola que tinha vestida debaixo do equipamento, para não mostrar os braços.

A notícia foi avançada pelo JN, que diz que «a equipa de arbitragem não contestou o lenço e os collants que a cidadã paquistanesa sempre usou em treinos ou jogos, mas, como não aceitou o argumento de que a religião muçulmana lhe vedava também a possibilidade de mostrar os braços, obrigou a rapariga a abandonar o campo».

«Fiquei espantada, chorei e rezei», disse Fatima Habib, de 13 anos, citada pelo jornal, recordando também que já no quinto ano de escolaridade lhe aconteceu o mesmo na aula de educação física. «Valeu a diretora de turma que me autorizou a vestir como queria», explicou.

«Está no clube há três épocas, é a melhor jogadora da equipa e nunca até hoje tinha sido afrontada como foi», disse, ao JN, o treinador André Pacheco.

«A atleta sugeriu arregaçar as mangas da camisola até aos cotovelos, mas nem assim foi autorizada a jogar», pode ler-se ainda na notícia.

O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Basquetebol, António José Coelho, citado, alegou que a jogadora trazia um lenço «pendurado» que lhe tapava o número da camisola nas costas e disse também que Fatima Habib não trazia «mangas de compressão nos braços, mas uma camisola que as outras jogadoras também não estavam autorizadas a usar».

O responsável acrescentou que «não há equipamentos para uma religião e para outra.»

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