Mark Philippoussis: das finais de Grand Slam à pobreza - TVI

Mark Philippoussis: das finais de Grand Slam à pobreza

Mark Philippoussis

Antigo tenista contou a sua história a um canal australiano

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O nome pode não dizer muito ao público em geral, mas os grandes fãs de ténis sabem quem é Mark Philippoussis. O australiano jogou duas finais de torneios do Grand Slam, entre elas a de Wimbledon em 2003, que marcou a conquista do primeiro Major de Roger Federer. Mas o percurso de Philippoussis não foi só de sucessos.

Em entrevista ao canal SAS Australia, o antigo tenista revelou os duros momentos que viveu após um período de lesões.
«Quando se é atleta, a última coisa em que se quer pensar é naquilo que eles sempre lhe dizem: ‘poupa para um dia chuvoso’. Sentimo-nos fracos quando nos lesionamos. Não se pode pensar assim porque é preciso seguir em frente, é preciso recuperar e estar bem. Estive fora durante alguns meses. Não podia gastar muito dinheiro, tinha de pedir aos meus amigos para comprarem comida», explicou Philippoussis.

«Comíamos massa com couve sete dias por semana, até se tornar uma das minhas refeições preferidas. A minha mãe disse que era «comida de gente pobre». Senti-me muito envergonhado, fizeram tudo por mim e a minha responsabilidade era de cuidar deles. Eu estava num lugar sombrio e tinha depressão. Não há dor maior do que ver os meus entes queridos sofrer pelas minhas ações», reforçou.

Num vídeo na sua conta de Instagram, Philippoussis detalhou um pouco mais a razão por detrás das suas dificuldades financeiras.

«Tudo o que comprei eu podia comprar. Mais para o final da minha carreira, comecei a comprar mais propriedades, residenciais e comerciais. Estiquei-me, mas pensei que eram bons investimentos e que nada poderia correr mal. Foi uma questão de ignorância, não fiz as perguntas certas. Pensei que se corresse tudo bem no ténis ia dar tudo certo. Mas, entretanto, lesionei-me. Não conseguia jogar nenhum torneio e, depois, veio a crise económica de 2008. As minhas propriedades desvalorizaram. Não tinha rendimentos, tive de vender muitas coisas. Sem poder jogar ténis, não havia recuperação possível», adiantou o australiano, antigo número oito mundial.

«Não tinha vergonha de ser pobre. Tinha, sim, por ter falhado com a minha família. Em vez de cuidar deles, desapontei-os», confessou.

Passado o momento difícil, Philippoussis garante que partilhar esta experiência o fez «mais forte». «Sinto-me melhor do que nunca», expressou.

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