A Porsche terá impedido a venda do circuito de Silverstone, a "casa" do Grande Prémio da Grã-Bretanha em Fórmula 1, à Jaguar Land Rover (JLR). O negócio estava avaliado em cerca de 38,4 milhões de euros.
O objetivo da Jaguar Land Rover era o de instalar um centro de testes e desenvolvimento, construir um museu, um hotel e utilizar a pista para eventos com clientes, um pouco a exemplo do que acontece com a Ferrari, proprietária do circuito de Mugello.
O negócio não colocaria em causa o calendário dos eventos desportivos que se realizam em Silverstone e permitiria resolver os crónicos problemas financeiros do BRDC (British Racing Drivers Club), que não tem capacidade para investir na manutenção e desenvolvimento do circuito.
Mas, agora, segundo o jornal britânico “The Telegraph”, a Porsche quer fazer valer um acordo de utilização da pista para eventos com clientes, que está em vigor, e tem uma cláusula que veta a utilização da pista por qualquer outro construtor com os mesmos objetivos.
“A Porsche tem um acordo dentro do seu contrato de arrendamento que estipula que nenhum fabricante pode usar o circuito por mais de 45 dias por ano. A JLR estava ciente desse acordo e acreditou ser capaz de resolver o problema depois de o negócio estar concluído.” disse o porta- voz do BRDC.
A JLR confirma que continua em negociações com a BRDC mas que não existem, no entanto, detalhes a partilhar até ao momento. Já a Porsche não nega, nem afirma as alegações.
“Não esperamos, nem recebemos algum contacto direto da JLR, em seguimento da especulação dos media associarem a marca com Silverstone, mas continuamos disponíveis para entrar em discussões consideradas necessárias”, refere a Porsche em comunicado.
A Jaguar Land Rover poderá não ser a única interessada na compra do circuito de Silverstone. Também o multimilionário inglês Lawrence Tomlinson, proprietário da equipa de GT2 LNT, terá já apresentado uma oferta de compra da pista.
O circuito de Silverstone acumulou, ao longo dos últimos anos, perdas no valor de 65 milhões de euros. Algo que os responsáveis só conseguiram inverter no último ano, com a gestão a terminar 2015 com um magro lucro de 1,4 milhões de euros.