Ministro alemão da economia ataca gestão do Deutsche Bank - TVI

Ministro alemão da economia ataca gestão do Deutsche Bank

Deutsche Bank

“Não sei se chore ou se ria ao ver um banco que fez da especulação um modelo de negócio colocar-se agora na posição de vítima”, disse o responsável

O ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, criticou ontem a estratégia de “dirigentes irresponsáveis” do Deutsche Bank, o banco que se encontra em dificuldades financeiras e pode reduzir milhares de empregos.

“Não sei se chore ou se ria ao ver um banco que fez da especulação um modelo de negócio colocar-se agora na posição de vítima”, disse o ministro aos jornalistas, depois de na semana passada o responsável máximo do Deutsche Bank ter condenado os especuladores por empurrarem o preço das ações para mínimos recorde.

Gabriel referia-se à declaração do presidente do banco, enviada aos trabalhadores na sexta-feira passada. John Cryan culpava a "especulação" e "certas forças" pela derrapagem em bolsa, assinalando também o que considerava ser uma inquietante cobertura dos media.

Para o ministro da Economia há uma preocupação: o eventual impacto nos postos de trabalho já que, como noticiou a Bloomberg, cerca de metade dos 101.000 empregos do Deutsche Bank são no país de origem.

“O cenário são milhares de pessoas que vão perder o seu trabalho. Eles vão pagar o preço da loucura dos dirigentes irresponsáveis”, disse Sigmar Gabriel, que é igualmente líder dos sociais-democratas, que governam em Berlim com os conservadores da chanceler alemã Angela Merkel.

O Deutsche Bank tem estado debaixo de fogo cruzado, após se saber que tem que pagar uma multa de cerca de 14 mil milhões de dólares nos Estados Unidos num processo relacionado com os créditos imobiliários de baixa qualidade (subprime), que desencadearam a crise de 2008. Mas a chanceler alemã Angela Merkel já disse que não haverá ajudas estatais.

Também na sexta-feira, a agência AFP noticiava que Deutsche Bank poderia estar perto de um acordo com as autoridades norte-americanas para pagar só 5,4 mil milhões de dólares e resolver um litígio. Uma notícia que fez os títulos recuperarem e encerrarem em alta de mais de 6% depois de uma queda superior a 8% na Europa.

Continue a ler esta notícia