Mundial, balanço do dia 6: Rússia lançada no dia de todos os erros - TVI

Mundial, balanço do dia 6: Rússia lançada no dia de todos os erros

Dois autogolos e uma expulsão na origem das vitórias do Senegal, Rússia e Japão

Respire fundo. Siga. Nem dá tempo para pensar muito. Terminada a primeira jornada do Mundial, já  arrancou a segunda e há uma equipa muito, muito próxima dos oitavos de final. A Rússia alcançou a segunda vitória, novamente num jogo com muitos golos (1-3) e quase arrumou o apuramento para a fase seguinte, deixando em posição delicada o Egipto, hoje já com Mohamed Salah, que mesmo limitado foi o autor do golo dos faraós.

Mas já lá vamos, que somos pela pluralidade e as histórias na Rússia não se fazem apenas das histórias da Rússia. E o dia até começou com um despertar amargo para os cafeteros colombianos, e teve também o primeiro momento de festa africana.

Vamos então ao início de uma jornada que arrancou com uma semi-surpresa. Uma verdadeira entrada em falso da Colômbia que, num piscar de olhos, viu-se em desvantagem numérica e no marcador. Foram três minutos até Sánchez se fazer expulsar, devido a uma mão na bola dentro da área, que Kagawa não desperdiçou, dando vantagem ao Japão.

E com isso, viu-se uma Colômbia de olhos em bico para dar a volta à situação. Quintero, jogador que ainda pertence aos quadros do FC Porto, ainda deu esperança aos sul-americanos, mas a organização e ousadia nipónica obrigaram a equipa de Falcao e James a correr sempre atrás da bola. A cerca de 20 minutos do final do jogo, Osako sentenciou a partida com um cabeceamento perfeito a bater Ospina.

Então e que conclusões se pode tirar desta vitória do Japão na abertura do Grupo H? Na verdade, muito poucas. É que este será, provavelmente, o grupo mais equilibrado da competição. Sem um favorito declarado, mas com todas as equipas a terem legítimas aspirações ao apuramento.

A prova disso foi dada pelo Senegal, que voltou a dançar no Campeonato do Mundo, onde não estava desde 2002.

Numa competição que estava a ser negra para as equipas africanas – com as derrotas de Egipto, Marrocos, Nigéria e Tunísia -, o Senegal colocou um ponto final nessa crise e venceu uma Polónia que abriu caminho à festa senegalesa com muitos erros próprios.

O primeiro foi assinado por Cionek que, aos 38 minutos, desviou para a sua baliza um remate aparentemente inofensivo de Gueye, dando alguma cor a uma primeira parte demasiado cinzenta.

No segundo tempo, a Polónia reagiu e até pareceu estar próxima do empate, até que um lance caricato fez o Senegal voltar a marcar.

Após receber assistência médica fora de campo, Niang teve autorização do árbitro para entrar no momento certo para surpreender a defesa polaca, intercetou um passe atrasado de Krychowiak que não foi nem para Bednarek nem para Szczesny e, felino, o avançado do Torino intercetou a bola e caminhou triunfante para a baliza deserta, quando faltava meia hora para o apito final.

A Polónia ainda reagiu, conseguiu mesmo reduzir a desvantagem por Krychowiak à entrada dos últimos cinco minutos, mas já foi incapaz de impedir a festa do Senegal, que alcançou a segunda vitória em Mundiais, depois de em 2002 ter surpreendido a França, então… campeã em título.

Para terminar o dia, e abrir a segunda ronda do Mundial, houve novo banquete russo. Depois da goleada de 5-0 à Arábia Saudita na abertura da competição, a equipa da casa voltou a mostrar estar bem afinada e venceu o Egipto por 3-1.

Mas tudo começou com mais um autogolo – já são cinco neste Mundial, apenas a um do máximo de sempre, registado em 1998 -, com o capitão egípcio, Fathy, a desviar um remate de Golvin para a sua baliza, abrindo caminho ao triunfo russo, nos primeiros minutos da segunda parte.

Em vantagem, e com o Egipto a mostrar muitas debilidades defensivas - que nem o regresso de Salah conseguiu disfarçar - as duas armas secretas da primeira jornada, Cheryshev e Dzyuba, voltaram a fazer das suas.

Depois de terem saído do banco para marcar na vitória sobre a Arábia Saudita, o avançado do Villarreal por duas vezes, a dupla foi titular nesta segunda jornada e voltou a marcar, de nada valendo o golo de Salah, aos 73 minutos, na conversão de uma grande penalidade.

No final, os russos festejaram muito no relvado, sabendo que muito dificilmente não se vão apurar para a próxima fase. Tem a palavra… a Arábia Saudita. Só um triunfo do conjunto orientado por Juan Antonio Pizzi sobre o Uruguai impede que a equipa da casa assegure a primeira vaga nos oitavos de final.

Nota ainda para mais um dia com muitos golos de bola parada. A tendência ganha cada vez mais força e são já 23, num total de 42 golos apontados na competição.

FIGURA DO DIA: Denis Cheryshev. É verdade que é um cromo repetido neste espaço. Mas o internacional russo de 27 anos fez por isso. Depois de ter saído do banco para bisar na partida inaugural, o avançado formado no Real Madrid foi titular e voltou a marcar, apanhando Cristiano Ronaldo na liderança dos melhores marcadores do Mundial.

FRASE DO DIA: «Eu garanto que todo o continente africano nos estava a apoiar.» A primeira vitória africana no Mundial de 2018 deixou visivelmente orgulhos Aliou Cissé, selecionador do Senegal, que, confidenciou, no final da partida que a alegria senegalesa contagiou todo um continente. «Recebi telefonemas de todo o continente africano e nós estamos orgulhosos de representar África», assegurou.

IMAGEM DO DIA: Três minutos. Foi esse o tempo que Carlos Sánchez aguentou em campo na estreia da Colômbia no Mundial. Com Ospina batido, o médio defensivo lançou-se a uma bola rematada por Kagawa em direção à baliza e impediu o golo nipónico com o braço. Aos três minutos, a Colombia ficou reduzida a dez jogadores, viu o mesmo Kagawa converter o penálti e teve de correr atrás do resultado. Ainda empatou no primeiro tempo, mas na segunda parte o Japão aproveitou a a vantagem numérica e venceu a partida.

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