Adeptos da Serra Leoa em fúria atacaram a casa de Umaru Bangura depois de o capitão ter desperdiçado uma grande penalidade, em tempo de compensação, diante da Libéria. Um falhanço que acabou por ditar o afastamento da seleção serra-leonesa da próxima fase de qualificação para o Mundial 2022, permitindo à Libéria seguir em frente com um resultado agregado de 3-2 (3-1 e 0-1).
Os distúrbios começaram logo à saída do estádio, com o apedrejamento de vários veículos, incluindo ambulâncias. Uma pequena multidão juntou-se depois para rumar à casa do jogador em Freetown. Munidos de pedras e paus, os adeptos partiram janelas e danificaram as portas.
«Foi um dos piores dias da minha vida», confidenciou o jogador esta segunda-feira em declarações à BBC. Nem posso ir lá fora, não esperava este tipo de hostilidade. Fiz o meu trabalho, assumi a responsabilidade de capitão para marcar o penálti. Estou mesmo desiludido com isto todo. Ao mesmo tempo, que pedir desculpa e implorar pelo perdão dos adeptos», referiu.
A verdade é que se Bangura tivesse marcado, aos 95 minutos, a eliminatória ficaria igualada em 3-3, mas seria a Serra Leoa a seguir em frente, devido aos golos marcados fora. Há também o registo de um ataque, também com pedras, a uma ambulância da Cruz Vermelha depois de ter corrido um rumor que Bangura tinha deixado o estádio nesse veículo.
Ibrahim Nyelenkeh, ministro do Desporto do país, manifestou-se também desiludido com o comportamento dos adeptos. «Fiquei mesmo triste com os serra-leoneses. Alguns energúmenos descontrolados foram à casa de Bangura e encheram-na de pedras. Isto não é bom para o desporto. Ele é o nosso capitão e o futebol também é um jogo de sorte», disse o político.