«Só tinha jogadores à minha volta a dizer: 'Mister estou pronto'» - TVI

«Só tinha jogadores à minha volta a dizer: 'Mister estou pronto'»

A festa de Portugal após o apuramento inédito para a final do Mundial de futsal (Toms Kalnins/EPA)

Jorge Braz frisou a confiança que sentiu quando o jogo seguiu para os penáltis enquanto Bebé admitiu que não esperava estar convocado para o Mundial. Já Bruno Coelho confessou que os jogadores «ainda não têm noção» do feito alcançado

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Após a passagem à final do Mundial, Jorge Braz elogiou o espírito da seleção nacional na partida das meias-finais contra o Cazaquistão e assumiu a ambição de conquistar o título. 

«Tínhamos um objetivo claro, que já está alcançado. Queremos sempre mais e já não chega este. Acreditava muito que iríamos chegar às medalhas, porque sabíamos que íamos ter um ‘upgrade’ em relação ao último Campeonato do Mundo. Uma medalha já levamos, mas já reformulámos o objetivo. Queremos vencer o Campeonato do Mundo. Parece-me que não é nada utópico. Temos toda a legitimidade para querer muito isso», começou por dizer, citado pela Lusa, antes de prosseguir. 

«Percebemos que Campeonatos do Mundo e da Europa têm obstáculos gigantescos para se chegar ao cume da montanha. Não nos pode atrapalhar. Esta equipa tem aprendido a saber viver com isso. Foi uma ‘pedrada’ tão grande, depois daquele sofrimento todo e organização a defender bem o 5x4, um ressalto numa bola que passou debaixo de um pé, já com segundos… Quisemos logo tentar aí, a seguir sofremos um golo de livre, já no prolongamento, e não desistimos. Eu só tinha jogadores à minha volta a dizer: ‘Mister, estou pronto’. Isto diz tudo», acrescentou. 

O selecionador português confessou que disse aos jogadores que iam ganhar quando o jogo seguiu para o desempate por penáltis.

«É evidente que me enche de orgulho estar numa final do Campeonato do Mundo, mas enche-me muito por ver a felicidade que está dentro daquele balneário e por ver a felicidade dos portugueses e de toda a gente do futsal. Isso é que me deixa com um orgulho e felicidade imensa, pois todos fazemos parte do processo. É um orgulho brutal para mim e diz-me muito porque queríamos alavancar o futsal para este patamar. Dependeu de muita gente, não foi só do Jorge Braz. Tinha enorme confiança quando vi que empatámos e que íamos a penáltis. A única coisa que disse foi: ‘Vamos ganhar. Vai defender o Bebé dois, o Vítor [Hugo] três, e vai marcar este, este e este. O último vai ser este’. Tive sorte. É confiar e dizer assim: ‘São vocês e siga’», contou. 

Por sua vez, Bebé preferiu lembrar todos os que defenderam a camisola de Portugal na hora do triunfo.

«Gostava de relembrar todos os jogadores de futsal que passaram por esta seleção. Até ao momento, este é dos maiores feitos que esta seleção de futsal conseguiu fazer e este percurso não foi feito sozinho. Foi feito por centenas e centenas de jogadores de outras gerações que, se calhar, mereciam tanto ou mais do que nós estar num palco destes. O meu muito obrigado a eles todos, sem exceção. Não os esquecemos, eles fazem parte disto e isto também é deles», recordou.

O guarda-redes admitiu que não esperava jogar este Campeonato do Mundo e elogiou o selecionador Jorge Braz.

«Para quem pensava que não vinha, jogar é uma coisa incrível. Passam várias coisas pela cabeça. O ‘mister’ [Jorge] Braz é um treinador incrível. Ele acredita mais em nós do que nós próprios. Tem feito um trabalho incrível e isto tudo tem muita mão dele. É importante sabermos que, na nossa equipa, cada um tem uma função. Se cada um der o máximo, estamos mais perto de ganhar», referiu. 

Já Bruno Coelho considerou que «estar na final do Mundial é gratificante e histórico», confessou que os jogadores «ainda não têm noção» do feito alcançado e sublinhou que nenhum elemento de Portugal deixou de acreditar no triunfo. 

«A equipa sente-se talhada para estes momentos. Não deixou de acreditar até ao fim, no máximo espírito. No banco sempre se gritou: ‘Vamos para a frente que vai cair para nós’. E assim foi. É muito difícil, mas a equipa está talhada para sofrer e ter espírito de sacrifício. Tem a sua resiliência e um acreditar enorme. Enquanto pudermos acreditar e houver o sonho, vamos lutar por ele até ao fim», concluiu. 

Domingo às 18h00 na Zalgiris Arena, Lituânia, a história continua frente à Argentina.

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