Gus Hiddink apareceu na conferência de imprensa com cara de poucos amigos. O seleccionador da Coreia do Sul considera que o empate com os Estados Unidos (1-1) soube a pouco pelas muitas oportunidades que a sua equipa criou ao longo da partida. Bruce Arena, por seu lado, manifestou-se satisfeito com a igualdade, fazendo constantes referências à forma física do adversário.
«Acho que o empate sabe a pouco para nós porque acho que merecíamos vencer. Criámos grandes oportunidades. Tivemos azar em não concretizar algumas delas. Afinal de contas, um empate não é suficiente. Mas o campeonato é assim mesmo, por isso vamos ter que suportar isto. Estou contente com o comportamento dos jogadores e com a sua atitude, sempre direccionada para o ataque», começou por dizer o técnico holandês.
Hiddink nunca esboçou uma sorriso, apesar da sua equipa, ao fim de dois jogos, somar quatro pontos. «É curioso o facto de não estar a sorrir, depois de ver a equipa coreana a dominar. Mas o facto de termos usufruído de cinco ou seis oportunidades claras e não termos conseguido mais um golo justifica o facto de eu não estar a sorrir», explicou.
Resultado à parte, Hiddink ficou satisfeito com a prestação dos seus jogadores. «Claro que estou contente. Esta equipa contrasta com outras que estão acima de nós no ranking. A equipa coreana merece crédito pela forma como joga, pela sua atitude, pelo seu conceito de jogo e pela forma como o executa. Merecem muitos elogios, mas quero que progridam passo a passo», prosseguiu.
Em relação ao jogo com a Polónia, o treinador holandês considera que a sua equipa só falhou no capítulo da finalização. «Vencemos a Polónia como também jogámos bem contra fortes adversários europeus anteriormente. A equipa norte-americana também tem bons avançados, fortes no jogo aéreo, mas penso que os neutralizámos muito bem. A única coisa que lamento é que poderíamos ter tido um pouco mais de sorte e descernimento na finalização», referiu.
A Coreia vai, agora, lutar pela qualificação na última jornada, no jogo com Portugal. Hiddink considera que a sua equipa está confiante. «Exibimos muita confiança. Batemos a Polónia. Não só a Polónia, como outras equipas europeias antes disso. Claro que ainda não somos favoritos, mas já somos muito competitivos. Portugal está melhor posicionado no ranking e tem uma equipa mais experiente, mas os nossos jogadores estão confiantes e estão a crescer de dia para dia», concluiu.
«É uma boa sensação ter quatro pontos», disse Arena
O sorriso de Bruce Arena contrastou de forma evidente com o ar sério de Hiddink. O seleccionador norte-americano assumiu que o empate foi um bom resultado para a sua equipa, apesar de ter estado a vencer por largos minutos. «Foi um jogo difícil, mas estou contente com um ponto. A forma física dos coreanos é impressionante. A maior parte das pessoas, há um mês, não acreditaria que os Estados Unidos teriam quatro pontos nos dois primeiros jogos. Cem por cento das pessoas diria que não era possível. Foi muito difícil começar com Portugal e o empate com a Coreia também não foi fácil. É uma boa sensação ter quatro pontos», confidenciou Arena.
Depois de defrontar Portugal e a Coreia, Arena considera que são equipas muito diferentes e revelou que aguarda com alguma expectativa para assistir ao encontro entre os dois adevrsários. «São equipas completamente diferentes. Portugal é uma equipa criativa, uma equipa de ataque, enquanto a Coreia é uma equipa de força. A forma física deles (coreanos) é uma constante ao longo dos 90 minutos. Na segunda parte colocaram-nos sob uma enorme pressão. O jogo entre Portugal e a Coreia vai ser muito interessante», referiu.
A Coreia do Sul contou com um forte apoio do público. Mais um factor para Arena ficar satisfeito com o empate. «Foi um grande dia para a Coreia e foi difícil para nós jogar perante 60 mil pessoas. Sairmos com um ponto é bastante satisfatório. Quero preparar a equipa para o jogo com a Polónia. Estou contente por não termos sofrido lesões e espero que os jogadores recuperem bem para o terceiro jogo», explicou.
Quanto aos seus jogadores, Arena não teve dúvidas em destacar a exibição do seu guarda-redes. «Fridel foi claramente o homem do jogo com a defesa na grande penalidade. Fez ainda duas ou três defesas importantes. Eddie Pope também fez uma grande exibição, com bons cruzamentos para a área da Coreia», referiu.
Brad Friedel foi de facto o jogador eleito pela FIFA como "o melhor em campo". O momento mais alto do guardião foi na defesa da grande penalidade, ainda no primeiro tempo, em que se lançou para a direita para deter o remate de Eul-yong Lee. «Advinhei. Tive a sensação que ia atirar para aquele lado», explicou o guarda-redes que, no entanto, considera que o lance foi mal assinalado. «Acho que não era penalty. Não quero criticar a arbitragem porque acho que fez um bom trabalho. Mas naquele lance acho que foi o coreano que puxou a camisola do Jeff (Agoos) e não o contrário. Por isso, acho que a justiça foi feita», contou.