Morreu Pete Shelley da banda punk Buzzcocks - TVI

Morreu Pete Shelley da banda punk Buzzcocks

  • 6 dez 2018, 23:43
Pete Shelley (Buzzcocks)

Líder e vocalista da banda britânica morreu aos 63 anos, na Estónia, país onde residia

O músico Pete Shelley, vocalista da banda britânica Buzzcocks, morreu hoje, aos 63 anos, na Estónia, onde residia, confirmou a banda depois de a notícia ter sido avançada pela cadeia de comunicação BBC.

Na rede social Twitter, a conta oficial do grupo responsável por temas como “Ever Fallen in Love (With Someone You Shouldn’t’ve)” ou “Everybody’s Happy Nowadays” confirmou a morte do vocalista: “É com grande tristeza que confirmamos a morte de Pete Shelley, um dos mais influentes e prolíficos músicos do Reino Unido e cofundador da banda seminal Buzzcocks”.

 

A música do Pete inspirou gerações de músicos ao longo de uma carreira que atravessou cinco décadas e, com a sua banda e a solo, era visto com a mais alta estima pela indústria musical e pelos seus fãs mundo fora”, acrescentou a banda, que remeteu um comunicado mais detalhado para mais tarde.

Punk em Manchester

Formados em 1975, em Manchester, por Howard Devoto (voz e guitarra), Pete Shelley (voz e guitarra), Steve Diggle (baixo) e John Maher (bateria), os Buzzcocks surgiram na sequência do aparecimento dos Sex Pistols e deram o seu primeiro concerto, em 1976, a abrir precisamente para a banda de Johnny Rotten e Sid Vicious, antes sequer de terem como agente o histórico produtor Martin Hannett.

Em 2017, no jornal The Guardian, podia ler-se um texto com o título “Como os Buzzcocks inventaram o indie (com a ajuda dos Sex Pistols, um Renault e dos [Status] Quo”.

Poucos dos que viram o primeiro concerto dos Buzzcocks em 01 de abril de 1976 poderiam sentir que estavam na presença de pessoas que iriam remodelar a pop”, pode ler-se no texto.

Devoto abandonou a banda em 1977 para lançar outro grupo – os Magazine – e já não esteve presente quando os Buzzcocks lançaram “Another Music in a Different Kitchen” e “Love Bites”, ambos em 1978 e agora reeditados, quando se cumprem 40 anos dos seus lançamentos.

Os dois discos tornaram-se marcos de como fazer punk melódico e influenciaram correntes inteiras de bandas desde então, juntando à música melódica letras dedicadas às angústias amorosas (e não só).

Também no Twitter, músicos como Peter Hook (ex-Joy Division e New Order) lembraram Shelley como “um verdadeiro cavalheiro”: “Ajudou-nos tanto no começo da nossa carreira por um total amor ao punk. Sem o Pete e os Buzzcocks provavelmente ainda estaria a trabalhar nas docas. Descansa em paz, companheiro”.

O escritor escocês Ian Rankin salientou que “aquelas canções clássicas dos Buzzcocks não tinham nem um grama de gordura”, pertencendo “ao seu tempo e a todos os tempos”.

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