O rock segundo Yann Tiersen

Yann Tiersen, o famoso compositor da banda sonora de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulin" tocou ontem na Aula Magna. «Era mesmo ele?», terão perguntado muitos dos presentes, já que longe vão os tempos em que a sua música se apresentava acústica e íntima.

O músico está promover o seu novo trabalho, "Live on Tour", um álbum assumidamente rock. Rock experimental, rock psicadélico, rock melancólico, mas rock.

Quem não tivesse conhecimento deste facto, certamente se

questionaria se teria Yann Tiersen aterrado nos anos 70 ou 80 por ter tomado um qualquer ácido «marado». A utilização de strobes e o jogo de luzes eficiente ajudava a esta conclusão. Só faltavam mesmo as imagens projectadas no fundo do palco.

Ao fim da primeira meia hora, Tiersen pegou no violino. Tocou um tema com os restante quatro músicos - onde se destaca Ondes Martenot, no órgão - para ficar depois em duo com o guitarrista para mais um momento de experimentação sónica.

De seguida foram tocadas canções antigas e conhecidas, mas com novas roupagens. O 'tema de Amélie' começa da forma original, mas logo passa para a distorção a fazer lembrar Thurston Moore e companhia.

Grande ovação no momento em que Yann Tiersen pegou no acordeão, aliviando os ouvintes da repetitiva fórmula até então usada em quase todos os temas: um começo calmo, um refrão com distorção para depois acalmar outra vez. O músico bretão talvez ande a ouvir aquela banda de Seattle que conquistou o mundo no início da década de 90...

E venha o primeiro encore. E venha o segundo encore. O público português, já se sabe, é dos melhores, vibra a sério, berra e assobia até ao fim.

Grande concerto para os amantes do rock. Como é que se chamava mesmo esta banda? Ah, era o Yann Tiersen, é isso...