O transplante de coração a que o músico Salvador Sobral foi sujeito, na sexta-feira, correu bem. A cirurgia durou quatro horas. O músico "está muito animado e muito bem disposto", segundo o cirurgião Miguel Abecassis.
Os desafios são os de qualquer transplante. A cirurgia correu bem, correu bem sob todos os aspetos".
A recuperação tem estado a evoluir tudo muito bem. O Salvador está muito animado e muito bem disposto.
As primeiras palavras que disse quando acordou foram de agradecimento a toda a equipa do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide. "E disse-o com boa voz", adiantaram os médicos, com um sorriso, em conferência de imprensa.
Não é, ainda, possível fazer uma previsão de quanto tempo o músico vai ficar internado. A recuperação será demorada, mas os médicos acreditam que regresse aos palcos "o mais brevemente possível".
O cirurgião disse aos jornalistas que Salvador Sobral "estava muito bem preparado, é um jovem muito inteligente e recebeu muito bem a notícia do transplante".
E só me disse três coisas: perguntou-me se eu estava em forma, eu disse que sim, perguntou se podíamos pôr música (quando lhe dei a notícia) e que preferia música clássica, e finalmente desejou-me sorte"
Os desafios que tem pela frente "são os de qualquer transplante". O médico José Neves explicou que "o transplante é a ponta do iceberg de qualquer doente transplantado". No caso de Salvador Sobral, esteve "muitos meses em lista de espera e muitos meses internado" antes de receber o seu coração novo.
Se tudo correr bem ele cairá no grupo dos doentes que, em cinco anos, [terá o coração a funcionar] à volta dos 85% e terá uma vida completamente normal. É isso que a gente quer".
A doação do órgão foi, sublinhou, um "gesto de generosidade muito grande" que, nos tempos que vivemos "deve fazer-nos refletir".
O diretor clínico, José Manuel Correia, referiu-se ao músico como um "homem estóico", que merece "o orgulho" que o país e os portugueses têm nele.
O Hospital de Santa Cruz faz transplantes há 31 anos.