Dazkarieh e os seus dois hemisférios - TVI

Dazkarieh e os seus dois hemisférios

Dazkarieh

Duplo álbum é o mais ambicioso em dez anos de carreira

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Os portugueses Dazkarieh editam na próxima semana o duplo álbum «Hemisférios», o mais ambicioso em dez anos de carreira, que conjuga originais e temas da música tradicional portuguesa.

O quarteto apresentará os temas novos num concerto na quarta-feira, no cinema São Jorge, em Lisboa, dia em que lançam «Hemisférios» em edição de autor.

Mais do que celebrar dez anos, o grupo preparou um álbum que fosse um somatório de dois lados musicais distintos, mas complementares na sua carreira: composições originais e interpretação do cancioneiro popular e tradicional português à luz de novos arranjos.

«Foi o álbum em que tivemos menos problemas em experimentar tudo o que nos vinha à cabeça. O nosso som tem muito a ver com instrumentos acústicos, mas com o processamento normal das guitarras eléctricas e baixos e dá uma característica sonora diferente», disse à Lusa o músico Vasco Ribeiro Casais.

Ele é o único elemento que se mantém da formação original dos Dazkarieh, desde que o grupo surgiu em 1999 com um projecto de fusão entre pop, rock e música tradicional e que recorre a instrumentos eléctricos e acústicos, modernos e tradicionais, como a sanfona, a gaita de foles, o bouzouki e a nyckelharpa.

A diversidade desses dois mundos, entre o actual e o tradicional, está presente em «Hemisférios», com o primeiro disco dedicado a originais e o segundo a temas seleccionados de pesquisas etnográficas feitas por Michel Giacometti, José Alberto Sardinha ou as adufeiras de Monsanto.

O mapa geográfico também foi alargado a mais regiões do país que o grupo não tinha ainda explorado nos três álbuns anteriores, como a música tradicional dos Açores e da Madeira e de Trás-os-Montes.

«Hemisférios» está a ser preparado há cerca de um ano, com o grupo dividido entre a composição e os concertos.

Com dez anos de carreira, os Dazkarieh vivem sobretudo para as actuações ao vivo e é na estrada que passam a maior parte do tempo, mais no estrangeiro do que em Portugal.

"Gravar um disco é um processo mais doloroso, porque nós gostamos mesmo é de tocar ao vivo, ter logo comunicação directa com as pessoas. É o que nos realiza mais. O melhor seria se calhar fazer discos ao vivo, com músicas novas, porque a energia é totalmente diferente", opinou Vasco Casais Ribeiro.

Apesar de já terem passado pelos mais importantes festivais de world music e música tradicional em Portugal e de considerarem que estes géneros musicais têm tido mais divulgação, é no estrangeiro que os Dazkarieh têm firmado terreno.

O concerto de quarta-feira será um dos poucos que a banda dará em Portugal durante os próximos meses, já que a agenda incluirá sobretudo actuações na Alemanha, o país onde tocam mais, e, pela primeira vez, uma incursão no Verão por países asiáticos.

Depois de duas mudanças na banda, «Hemisférios» é o segundo álbum editado com a actual formação dos Dazkarieh, que inclui Vasco Ribeiro Casais, Luís Peixoto, Joana Negrão e André Silva.
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