Morreu Art Sullivan, o ícone do pop dos anos 70 - TVI

Morreu Art Sullivan, o ícone do pop dos anos 70

  • Henrique Magalhães Claudino
  • Com Lusa
  • 27 dez 2019, 18:48

Cantor descreveu Portugal como a sua "amante"

O cantor belga Art Sullivan morreu aos 69 anos, vítima de um cancro no pâncreas. 

Marc Van Lidth de Jeude, o nome verdadeiro do cantor, ficou conhecido por êxitos como "Petite fille aux yeux bleus", "Petite Demoiselle", "Ensemble" e "Donne Donne moi" e criou uma grande legião de fãs em Portugal, país que descrevia como a sua "amante".

O cantor nutria um carinho especial por Portugal e atuou em diversos palcos nacionais, a última vez no verão passado nas Caldas da Rainha. 

Quando morrer, quero que as minhas cinzas sejam deitadas ao mar, em Cascais. Adoro Portugal, venho cá várias vezes por ano. Não é muito politicamente correto, mas costumo dizer que a Bélgica é o meu amor e Portugal a minha amante", disse numa entrevista.

 

Em 1978, o cantor pensou em terminar a sua carreira para se dedicar por completo à produção audiovisual, em especial a um documentário sobre a realeza na Europa e uma série dedicada às grandes cidades do mundo, chamada "Ontem e Hoje". 

O aparecimento do CD marcou um novo começo para Art Sullivan que viu os seus sucessos anteriores atraíram de novo multidões.

Em março de 2010, Art Sullivan agendou uma série de 30 concertos em Portugal, acompanhado por uma orquestra.

Não tenho grandes pretensões culturais, faço música ligeira, canto uma canção simples que em três minutos faz sorrir e sonhar, e isso basta-me", disse então o cantor à agência Lusa.

O músico sublinhou que "a música se faz de emoções e sonho" e destacou a internet como "uma grande revolução da música".

Na ocasião gravou com o cantor Hugo, da Póvoa de Varzim, que tinha vídeos na internet interpretando algumas das suas canções. "Gostei e convidei-o a vir gravar comigo", disse então o cantor.

Sobre a música em francês, da época, Art Sullivan considerou-a "uma catástrofe". "Agora é o domínio do inglês", reconheceu.

O músico referiu ainda que "o império da língua inglesa obriga que outros cantores, franceses, portugueses ou dinamarqueses, por exemplo, tenham de cantar em inglês para se internacionalizar".

É uma grande pobreza cultural, é mesmo uma catástrofe, é como termos todos de ir comer ao McDonald's seja em Bruxelas, Madrid ou Lisboa", acrescentou Art Sullivan.

Em 2014, o belga publicou a sua autobiografia, escrita por Dominique de York.

Sullivan era filho de aristocratas e em 2020 iria cumprir 45 anos de carreira. Pelo caminho, vendeu mais de 10 milhões de discos e chegou a ter um programa de televisão.

 

 

 

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