O fado, 13 anos depois da morte de Amália - TVI

O fado, 13 anos depois da morte de Amália

Mariza, Camané, Carminho e Ana Moura são algumas das figuras que têm perpetuado o legado deixado pela grande diva do fado

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Amália Rodrigues deixou-nos há 13 anos, na manhã de uma quarta-feira em que um país inteiro chorou a morte de um dos expoentes mais altos da cultura portuguesa do século XX.

Imortalizada através da sua voz, talvez a mais marcante no universo do fado, Amália inspirou e continua a inspirar gerações de fadistas que tomaram a sua história e percurso como um exemplo a seguir e um legado a respeitar.

Se é verdade que o fado ficou mais pobre com a morte de Amália Rodrigues, também não é menos verdade que, desde 1999, este estilo musical tem vindo a crescer cada vez mais. Há 13 anos, quem pensaria poder ouvir fado num festival de verão ou ver discos de fado a ombrear nas tabelas de vendas com os maiores artistas pop?

Mariza, Camané, Carminho e Ana Moura são apenas alguns dos muitos fadistas que na última década, tal como Amália o tinha feito, têm levado o fado além fronteiras, por alguns dos melhores auditórios da Europa, da Ásia e das Américas.

O fado tem também quebrado outros limites, musicais, através da mão de projetos como os Deolinda, O'QueStrada ou A Naifa. Artistas que não assumem a exclusividade do fado, mas que dele bebem inspiração para a renovação da música portuguesa.

Treze anos depois da morte de Amália, venha conhecer alguns dos nomes que têm contribuído para o crescimento do fado:

Mariza

Amália só há uma, mas se o fado faz hoje parte do circuito da world music, muito deve à internacionalização de Mariza. A fadista nascida há 38 anos em Moçambique faz digressões pelo mundo fora desde o lançamento do seu álbum de estreia, em 2001, e já esgotou salas como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, ou o Royal Albert Hall, em Londres. O seu mais recente disco, «Fado Tradicional», foi editado em mais de 20 países.

Camané

Não só é uma das principais figuras masculinas do fado dito «tradicional», mas também tem colaborado em vários projetos noutras áreas musicais. Camané fez parte dos Humanos, que recuperaram as canções de António Variações em 2004, cantou com os Da Weasel e com os Xutos & Pontapés, e deu voz a um tema do último álbum dos Dead Combo.

Carminho

Carlos do Carmo chamou-lhe «a grande esperança do fado». Da responsabilidade enorme depois de tal elogio, Carminho editou dois álbuns desde 2009 que arrebataram não só a crítica como lhe valeram os lugares cimeiros da tabela de vendas nacional. Em 2011, num dueto com Pablo Alborán, a fadista conquistou também Espanha com «Perdóname».

Ana Moura

Não é por acaso que o novo álbum de Ana Moura, a lançar em novembro, foi gravado em Los Angeles com o aclamado produtor Larry Klein. A fadista de Coruche tem sabido construir uma carreira internacional sólida e conta já com uma série de colaborações de luxo. Cantou «No Expectations» com os Rolling Stones, teve Prince a acompanhá-la na guitarra em «Vou Dar de Beber à Dor» e agora, no novo disco, «Desfado», terá o piano de Herbie Hancock.

Jorge Fernando

Compôs para Amália e hoje escreve e musica temas para Mariza, Ana Moura, Fábia Rebordão e Fernando Maurício, entre outros. Na sua carreira a solo tem colaborado ainda com músicos de outros quadrantes, casos de Sam The Kid, Fausto, Nu Soul Family e Expensive Soul, provando que o fado também pode evoluir sem envergonhar ninguém.

Carlos do Carmo

Porque o futuro também deve ser construído com os bons exemplos do passado, Carlos do Carmo é, tal como Amália, uma das figuras mais respeitadas por fadistas e não só. Aos 72 anos, e longe de qualquer reforma, Carlos do Carmo continua a lançar discos (o último data de 2010 com Bernardo Sassetti), a dar concertos (em Portugal e no estrangeiro) e a colaborar com novos valores do fado (Marco Rodrigues e Inês Duarte).
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