Este músico recusa ter editora e sozinho ganha milhões - TVI

Este músico recusa ter editora e sozinho ganha milhões

Chance the Rapper em concerto

Chama-se Chance the Rapper e dá cartas na indústria musical. Está no topo da lista da Billboard e é candidato a um Grammy. É mesmo considerado um dos mais talentosos rappers da sua geração

Chance the Rapper, de 23 anos, é considerado por muitos críticos musicais o mais talentoso rapper da sua geração e um pioneiro na indústria músical. Lançou o primeiro albúm em 2012 e os sucessos múltiplicaram-se. O último álbum, intitulado “Coloring Book”, lançado em maio, está em oitavo lugar numa lista de 200 álbuns avaliados pela Billboard.

O último álbum do rapper americano foi exclusivo da internet e é, agora, nomeado para o Grammy. A entidade que distingue os músicos americanos decidiu, este ano, premiar também os trabalhos que são somente streaming.

Chance, que na realidade se chama Chancelor Bennett, desenvolveu todo o seu trabalho musical sem recurso a rótulos e editoras musicais. Dependeu, somente, das palavras da sua boca e da sua conta no Soundcloud para a distribuição.

Chance the Rapper com os fãs

O primeiro álbum, que Chance chama de “mistura de sons”, foi feito no último ano de escola do cantor. A sua carreira deu um salto com a música “Windows”, que foi muito apreciada pelos críticos de hip hop de Chicago. Depois do lançamento do single, o rapper levou mais oito meses a editar o resto do álbum “10 day”, que depois do seu lançamento na internet teve mais de 400.000 downloads no site de partilha de músicas DatPiff e tornou Chance um culto no mundo musical.

Em julho de 2012, o músico Childish Gambino aumentou a fama de Chance depois de o convidar para participar na sua música “They Don’t Like Me”.

“Acid Rap” foi o segundo álbum do rapper de Chicago, que ocupou um lugar de destaque na lista das melhores músicas de 2013. O número de downloads ascendeu a mais de 1 milhão. A música mais ouvida no Soundcloud, “Favorite Song”, teve a participação de Childish Gambino.

Em 2015, deu a conhecer o rock cristão

No ano passado, Chance juntou-se à banda Donnie Trumpet & The Social Experiment para criar um álbum peculiar. “Surf” é um conjunto de músicas estruturado "democraticamente": o nome dos artistas não constam nos títulos e várias músicas aparecem nas contas da Soundcloud de diferentes cantores, em vez de serem apresentadas conjuntamente. Esta forma pioneira de fazer música, nunca teria sido possível com um contrato editorial.

O estilo de música de Chance é também uma inovação. Pode ser considerado rap, mas faz uma associação com o jazz e os tons vocais provenientes da cultura musical das igrejas cristãs. “Sunday Candy” foi a canção que mais se destacou e cujo vídeo foi codirigido pelo rapper.

 

Dupla com Kanye West

Em 2014, Chance participou no álbum de um dos rappers mais famosos do mundo. Kanye West dividiu com The Rapper a canção “Ultralight Beam”. Tal como fez com muitos artistas em início de carreira, Kanye aumentou a reputação de Chance e deu-lhe a liberdade de continuar a carreira sem um contrato editorial.

“Coloring Book”, lançado em maio, foi disponibilizado em várias plataformas de streaming e teve a participação de Keyne West , Lil Wayne, T-Pain, Justin Bieber e Future.

A relação de Chance com as editoras foi o tema principal da canção “No Problem”, sublinhando o desejo do cantor em se manter longe da indústria editorial de música. O último álbum é considerado um dos melhores do ano e ocupou um lugar de destaque no top 10 da Billboard.

O rapper é um exemplo para muitos músicos que criticam as editoras de música por estas travarem a criação individual das canções. Com a abertura dos Grammys aos álbuns exclusivos da Internet, a fórmula de sucesso de Chance the Rapper pode virar moda nos próximos anos.

 

 

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE