Kings of Convenience: uma forma própria que se recomenda - TVI

Kings of Convenience: uma forma própria que se recomenda

Banda norueguesa actuou no Coliseu de Lisboa esta quarta-feira

Os Kings of Convenience têm de facto uma forma muito própria de existir. A calma que os seus discos impõem - três, agora depois do recente «Declaration of Dependence» - sofre uma alegre mutação quando Eirik Glambek Boe e Erlend Oye não estão apenas à distância de um CD, mas nos chegam ao vivo. Mais uma vez, foi assim esta quinta-feira no Coliseu dos Recreios.

Já depois de a chilena Javiera Mena ter aberto a noite, a sala lisboeta encheu para ouvir os dois noruegueses, que durante cerca de duas horas que passaram depressa de mais alternaram entre o novo disco e «Riot on na Empty Street» com mais algumas passagens pelo primogénito «Quiet Is the New Loud».

A calma esteve lá desde o início, com apenas os dois no palco, como que a desenvolver no seu tempo certo um andamento que, mais tarde, já não terá obstáculo nas cadeiras porque já não fará sentido - mesmo que os cada vez mais numeroso militantes das palmas por tudo e por nada teimem em fazer-se ouvir também cada vez mais cedo.

A ordem devida foi reposta com o estalar de dedos. E também por isso se pôde ir evoluindo do repouso que a música dos Kings of Convenience sugere para o ritmo que Oye não consegue deixar de impor, desde os improvisos trocados com Boe, quando chegou «I Don't Know What I Can Save You From» até «Singing Softly to Me» que aconteceu com Oye a intrometer-se na plateia e cantar já no meio da sala.

A outra face dos Kings of Convenience está nesta relação de estímulo com um público que no caso português dá a devida correspondência. Saudades de casa, ou saudades de Lisboa, o quarto concerto que ultrapassa Oslo no número de actuações dos noruegueses foi assinalado com «Homesick» antes de David Bertolini e Tobias Hett levarem para o palco os baixos e o violino.

Passou a haver mais cordas em palco, passou ainda a haver mais ritmo. A música é a deles e o ambiente também, mas este é o ambiente ao vivo, que nenhum dos CD consegue antecipar. Porque se não é de estranhar dançar ao som da música dos noruegueses, acompanhar Erlend Oye em palco também foi possível.

«Rule My World» e «Misread» mantiveram os pergaminhos da banda em muito agradável rotação; com «Boat Behind» começou um concurso de dança entre Oye e duas dezenas de pessoas convidadas a subir ao palco, que culminou em «I'd Rather Dance With You».

A música foi a que se lhes conhece. Os Kings of Convenience foram aqueles que sabem enriquecê-la com o que se pode dar em palco. A sua fórmula já não é nova - até no «Corcovado» de Boe que iniciou o encore -, mas vai ficando mais aprimorada.

Alinhamento

My Ship Isn't Pretty

24-25

Me In You

Love Is No Big Truth

I Don't Know what I Can Save You From

Second to Nunmb

Power of Not Knowing

Singing Softly to Me

Homesick

Know How

Stay Out of Trouble

Mrs. Cold

Renegade

Rule My World

Misread

Boat Behind

I'd Rather Dance With You

Encore

Corcovado

Cayman Islands

Little Kids
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