Mumford and Sons, a banda do momento deu alegria a Lisboa - TVI

Mumford and Sons, a banda do momento deu alegria a Lisboa

Coliseu à pinha cantou e dançou com o folk londrino durante uma hora e meia

Por estes dias o país vai perguntando onde está a esperança, como vai conseguir enfrentar os próximos anos, quando é que a recuperação económica vai permitir que os portugueses possam voltar a ser otimistas. Na televisão, na rádio, nos jornais, só se sente a desesperança. Fala-se do desemprego jovem, dos jovens que partem para outras paragens e de quem quer acreditar, mas não consegue.

Mas, entretanto, todos nós temos de continuar a viver, a ter esperança e confiança. E há alegria na vida, que deve ser sorvida ao máximo (nas doses que cada um desejar). A vontade de pular, cantar a plenos pulmões e nem que seja durante uma hora e meia acreditar numa vida melhor foi proporcionada pela banda do momento. Os Mumford and Sons visitaram o Coliseu de Lisboa com o seu folk e boa disposição, naquele que foi o primeiro concerto da banda em nome próprio em Portugal, depois de terem conquistado o público no Optimus Alive.

A sala, à pinha, teve de esperar pelas 23h para cantar de princípio ao fim os temas dos álbuns «Sigh No More» e «Babel». Antes, uma promissora abertura da dupla «Deap Vally», acompanhada de Jesse Quin. A voz marcante da loira e o poder da bateria da ruiva aqueceram a sala.

Mas a loucura viria com os primeiros acordes e a voz rouca de Marcus Mumford. A abrir «Babel», o tema inicial do álbum que serve de mote para a digressão da banda londrina que surpreendeu nos Grammy, conquistando o prémio de álbum do ano. A alegria dos portugueses libertava-se: e cantaram, dançaram, pularam. A energia está lá, é preciso soltá-la e já agora direcioná-la.

No palco nenhum instrumento é tabu e os elementos da banda tocam vários: bandolim, banjo, violino, contrabaixo, guitarras, bateria, trompete, acordeão. Sempre com um entusiasmo contagiante. «Esta é uma das salas mais bonitas em que já tocámos. É um prazer estar aqui», dizia o teclista Ben Lovett, enquanto a audiência respondia: «We love you».

Este namoro continuou com juras de amor. «É difícil dizer, porque provavelmente vocês conhecem-nos melhor do que nós vos conhecemos. Não é muito comum dizermos que amamos uma audiência, porque é o que a Rihanna faz. Mas neste primeiro concerto em Portugal têm sido tão acolhedores que também podemos dizer que vos amamos», retribuía Marcus.

Caminhando para o fim do concerto, entre momentos quase descontrolados e pausas intimistas, o banjo marcava o ritmo e transportava-nos para o sul dos Estados Unidos. As luzes por cima da audiência adensavam o ambiente de festa e «Dust Bowl Dance» ainda permitiu que Winston Marshall partisse uma guitarra depois de a atirar para o ar.

O encore começou com uma cover de Marvin Gaye («Baby Don't You Do It»), juntamente com as Deap Vally e Jesse Quin, que terminaram a colaboração de três semanas na digressão. Do público mais uma manifestação de carinho, com o envio de uma bandeira de Portugal, antes do êxtase de «I will wait», que fez pular a sala, da plateia aos camarotes.

Os Mumford and Sons prometem voltar, mas por agora vão continuar a digressão europeia, espalhando alegria, entusiasmo e uma diversidade sonora que os torna uma das bandas mais entusiasmantes do momento.

Setlist:

Babel

The Cave

Whispers in the Dark

White Blank Page

Holland Road

Timshell

Little Lion Man

Lover of the Light

Thistle & Weeds

Ghosts That We Knew

Awake My Soul

Roll Away Your Stone

Dust Bowl Dance

Encore

Baby Don't You Do It (cover de Marvin Gaye, com Deap Vally)

Winter Winds

I Will Wait

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