Os Cut Copy regressaram esta quarta-feira a Lisboa, três anos após a passagem pela discoteca Lux. A estreia no Coliseu dos Recreios alargou as dimensões à pista de dança dos australianos e quem quis celebrar o Verão em pleno mês de Março aproveitou a energia da pop electrónica de «Lights and Music» e «Hearts on Fire», dois dos temas mais fortes de uma actuação que não chegou à hora e meia de duração.
O novo álbum, «Zonoscope», foi o motivo principal do concerto na capital, mas foram, de facto, as canções do antecessor, «In Ghost Colours» (2008), que conquistaram verdadeiramente uma plateia que ainda está a absorver o disco lançado em Fevereiro.
De resto, a própria banda apresentou um alinhamento equilibrado entre os seus dois mais recentes trabalhos de estúdio, recuperando apenas «Saturdays», de sintetizadores a rebentar, ao disco de estreia, «Bright Like Neon Love».
Sem arriscarem demasiado, os Cut Copy jogaram pelo seguro logo desde o começo, marcando pontos com um «So Haunted» de início mais "rockeiro" mas que acaba também por entrar pela pista de dança adentro. A primeira novidade só chegou ao quinto tema - a bateria de Mitchell Scott liderou a animada «Corner of the Sky», colorida com os ritmos tropicais da percussão momentaneamente a cargo do guitarrista Tim Hoey.
Os ânimos aqueceram ainda mais ao som de «Lights and Music», claramente a preferida dos fãs portugueses que a receberam efusivamente. «Take Me Over», o primeiro single do novo álbum, não põe, por enquanto, toda a gente aos saltos, mas não deixou de provar que é uma das peças-chave de «Zonoscope».
«Hearts on Fire» voltou a levar o coliseu à pura festa antes de um «Sun God» mais compacto do que na versão em disco (o original tem 15 minutos) e que desembocou numa viagem psicadélica antes da primeira saída de palco da banda.
O rápido regresso trouxe o mais recente single, o alegre e colorido «Need You Now», e declarações de amor de Tim Hoey por Lisboa, a «cidade preferida, em todo o mundo» do guitarrista australiano.
O vocalista Dan Whitford não quis também deixar de elogiar a recepção do público lisboeta. «Vocês foram a melhor plateia desta digressão», lançou, de sorriso rasgado, antes de anunciar a última oportunidade para os fãs festejarem com «Out There In The Ice».
Os cerca de 75 minutos de actuação souberam a pouco para quem pediu mais no final, mas a banda saiu de cena com a sensação de dever cumprido e, quem sabe, a pensar já num regresso a Portugal para um qualquer festival de Verão.
Alinhamento do concerto:
1. Visions
2. Nobody Lost, Nobody Found
3. Where I'm Going
4. So Haunted
5. Corner of the Sky
6. Lights and Music
7. Take Me Over
8. Pharaohs & Pyramids
9. Saturdays
10. Hearts On Fire
11. Sun God
Encore
12. Need You Now
13. Out There On The Ice
Cut Copy levaram pista de dança ao Coliseu de Lisboa
- João Silva
- Rui M. Leal (fotos)
- 24 mar 2011, 04:05
Banda australiana apresentou o novo álbum, «Zonoscope», perante «a melhor plateia da digressão»
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