Filho de futebolista, Jimmy P prefere fazer fintas com rimas - TVI

Filho de futebolista, Jimmy P prefere fazer fintas com rimas

Esteve para seguir as pisadas do pai, Jorge Plácido, mas foi em estúdio e nos palcos que o rapper descobriu a sua verdadeira casa

É em estúdio e nos palcos que Jimmy P começa a dar nas vistas após o lançamento do seu disco de estreia a solo. Mas esta poderia ser uma história bem diferente, se o filho de Jorge Plácido tivesse seguido a carreira do pai, que jogou no Porto, no Sporting e na Seleção Nacional.

«Eu antes de vir viver em Portugal vivi em França, mas vim para cá precisamente para jogar futebol. Na altura até vinha para jogar no Porto. Só que andar ao frio, à chuva e tudo mais... Gosto muito de jogar futebol, mas prefiro mil vezes estar em estúdio a fazer música», contou o músico em entrevista ao tvi24.pt.

Perdeu-se um extremo esquerdo, mas ganhou-se um rapper que herdou do pai o gosto pela música. As «influências primárias» que Jimmy absorveu em casa passaram pelo «reggae, salsa, samba, e tudo o que era música dos PALOP».

O rap chegou aos ouvidos de Jimmy P em Paris, durante a pré-adolescência: «Aí por volta dos 10, 11, 12 anos, foi quando eu comecei a descobrir o rap. E foi nessa altura que apareceram as grandes referências do hip hop francês, a geração de ouro - os IAM, os NTM, o Rocca».

Os primeiros contactos com o hip hop português aconteceram com o inevitável «Não Sabe Nadar», dos Black Company, mas só anos mais tarde é que Jimmy P viria realmente a interessar-se pelo rap feito em Portugal.

«A primeira coisa que ouvi de que gostei muito foi o "Manda Chuva" (1998), do Boss AC. Fiquei deliciado porque em termos estéticos e musicais, o conteúdo e os flows que ele fazia, ninguém os fazia naquela altura. Ele estava, realmente, muito à frente, (...) a léguas daquilo que o resto do pessoal andava a fazer», recordou.

Agora, e já depois de a música ter passado de um hobby para uma profissão a tempo inteiro, Jimmy P fala com orgulho do disco de estreia. Com Valete e Bezegol como principais convidados especiais, «#1» foi lançado em dezembro.

«Eu queria que [o disco] fosse uma coisa redonda, bem feita, orgânica. Que não fosse "só" um álbum de rap, mas que fosse, acima de tudo, um bom álbum de boa música para qualquer pessoa ouvir», disse Jimmy sobre um trabalho em que valoriza a presença instrumental de guitarras, baixos, teclas, baterias e percussão.

Ambicioso e sempre a pensar em música nova, Jimmy está já a trabalhar no próximo álbum, o segundo de uma trilogia cujos capítulos quer lançar anualmente.

«Neste segundo disco trabalhei, até agora, com o Agir, que é um artista que aprecio imenso e acho que é, de longe, um dos mais talentosos com quem trabalhei até hoje. E estou também a fazer umas coisas com o DJ Ride, umas coisas muito interessantes e muito porreiras de ouvir», revelou.
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