Sérgio Godinho: «Nunca tive um contrato com prazos» - TVI

Sérgio Godinho: «Nunca tive um contrato com prazos»

Após o lançamento do disco ao vivo «Caríssimas Canções», o cantautor ainda não pensa num novo álbum. 2014 será ano de edição de contos literários

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Das crónicas para o livro, dos palcos para o disco. Este foi o percurso de «Caríssimas Canções» o projeto em que Sérgio Godinho recordou os autores, as canções e as bandas que o inspiraram ou simplesmente o acompanharam ao longo da vida e dos mais de 40 anos de carreira.

Com o produtor Nuno Rafael e com Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, dos Clã, Sérgio Godinho levou aos palcos as suas versões de temas de Caetano Veloso, Chico Buarque, Elvis Presley, e de Serge Gainsbourg, e de bandas como os Beatles, os Doors e os Rolling Stones. Obrigatória foi também a passagem por «Os Vampiros», de Zeca Afonso.

«É uma canção que tem uma atualidade tremenda», explicou Sérgio Godinho em entrevista ao tvi24.pt. «Eu dei só uma dica e [o Nuno, a Manuela e o Hélder] desenvolveram uma coisa que me agradou muito. Disse-lhes que eu ia cantá-la de uma maneira mais dura, mais rasgada. E eles puseram aquelas guitarras mais duras, que dá uma espécie de dramatismo acrescido à canção», contou.

Lançado este novo disco ao vivo, Sérgio Godinho não pensa, para já, num próximo álbum de estúdio.

«Não estou muito preocupado com isso. Eu, aliás, nunca tive um contrato com prazos, nunca gostei de trabalhar assim. E também nunca ninguém mo impôs. Detestaria ter aquela imposição de [me dizerem]: "Nos próximos três meses queremos um álbum cá fora, menino".»

«Estou mal habituado, mas também na minha idade já não vou mudar», confessou, entre risos.

Ainda assim, 2014 trará outras novidades. Sérgio prepara uma série de contos para lançar durante o próximo ano: «Estou muito embrenhado nisso. São caminhos que se abrem, e depois uma coisa leva a outra, embora os contos sejam díspares - mas as minhas canções também não são monotemáticas nem monocolores».

No trocar de colaborações com Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, Sérgio Godinho assina também «três músicas que estarão no próximo disco dos Clã».

Pelo meio, vai sobrando sempre algum tempo para ouvir música, recordando clássicos ou experimentando novos sons. Ouvir discos no carro é uma das formas de eleição para Sérgio Godinho explorar novos discos - desde o mais recente dos Vampire Weekend, «Modern Vampires of the City», até à descoberta chamada Tune-Yards.

«[Os Vampire Weekend] têm uma atitude musical, a maneira como usam os instrumentos, que eu gosto. E [o Ezra Koenig] é um bom compositor e bom cantor. Mas gostei um bocado menos [do novo disco]», revelou.

«Muitas vezes as coisas que eu compro são até já antigas, mas que foram reeditas, [e faço-o] um bocado para me confrontar com isso. Mas, no último ano, a descoberta mais interessante que eu fiz foi os Tune-Yards. É uma banda, basicamente uma mulher, que usa muito a acumulação dos loops, mas que é mesmo muito bom.»
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