O polémico "mundo" de Anitta - TVI

O polémico "mundo" de Anitta

  • JFF
  • 27 dez 2017, 20:03
Anitta

Último videoclipe da estrela brasileira está a gerar controvérsia. Muitos condenam a forma como a mulher aparece retratada, mas há também quem defenda o "retrato" do país. Partilhas no Youtube contam com milhões de visualizações

O ano de 2017 ficou marcado pela denúncia dos assédios sexuais em Hollywood. O movimento #MeToo, que surgiu nas redes sociais, resultou da partilha de histórias de abusos e foi, inclusive, escolhido para Personalidade do Ano da Revista Time. O que começou com o testemunho de personalidades famosas em todo o mundo, rapidamente se estendeu para muitas outras mulheres, conhecidas ou anónimas.

No meio da luta pelos direitos da mulher surge Anitta.

A cantora brasileira tem gerado controvérsia, sobretudo pelos seus videoclipes. Uns consideram-nos uma ode à liberdade feminina, outros condenam a forma como as mulheres são retratadas, enquanto objetos sexuais.

Apesar da polémica, os seus vídeos têm milhões de visualizações no YoutubeVai malandra é o mais recente. Publicado no passado dia 18, conta já com mais de 60 milhões de visualizações e um milhão de gostos.

O videoclipe serviu de mote para um enorme debate, no Brasil e no mundo, na medida em que expõe as falhas sociais do país, em termos de desigualdade, racismo, abuso sexual e apropriação cultural.

 

🇧🇷 ... "vai malandra" ta chegando

Uma publicação partilhada por anitta 🎤 (@anitta) a

A escolha do diretor do vídeo também está a ser bastante contestada: Terry Richardson, o fotógrafo de moda de revistas como a Vogue, acusado de assédio sexual.

Não deveria ter contratado Terry Richardson num momento em que as mulheres estão a insurgir-se contra o abuso, o assédio e a violência sexista nas indústrias culturais”, criticou Juliana Borges, investigadora da Fundação da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em entrevista ao The Guardian.

Anitta não é da mesma opinião e garantiu que a decisão foi ponderada.

Estudámos todas as possibilidades. Isto não é o trabalho de uma só pessoa. Como mulher, insisto em reafirmar que rejeito qualquer tipo de assédio e violência contra nós”, disse a cantora, citada pelo The Guardian.

Uma ativista da favela Acari do Rio de Janeiro elogiou a artista por mostrar ao mundo a cultura das favelas brasileiras.

A favela é muito rica em música, em cor e em vida. É bom que o mundo saiba disso, que não se trata somente de corpos a sangrar, armas e lágrimas”, defendeu Bruna Aguiar, também entrevistada pelo jornal britânico.

Anitta, 24 anos, cujo verdadeiro nome é Larissa de Macedo Machado, cresceu num dos bairros mais pobres da cidade do Rio de Janeiro. Vai passar por Lisboa, a 24 de junho, na próxima edição do Rock in Rio.

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