Festival Delta Tejo: Alexandre Pires «a gente ti ama» - TVI

Festival Delta Tejo: Alexandre Pires «a gente ti ama»

NBC, Irmãos Verdades e Banda Calypso no palco principal do último dia do festival entre 25 mil pessoas (67 mil no total dos 3 dias)

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Giralane tem 24 anos e está em Portugal apenas há um mês. Procura emprego como vendedora de loja, apostando na sua boa imagem. Nos pés, a brasileira traz uns saltinhos com pelo menos dez centímetros de altura, o cabelo longo está esticado, as unhas de gel foram decoradas e o eyeliner formata impecavelmente os olhos de gata. No terreiro de pó e pedras do Alto da Ajuda, onde nos últimos três dias decorreu o Festival Delta Tejo, Giralane está pronta para ouvir Alexandre Pires. Aliás, 25 mil pessoas estão.

O cantor brasileiro é um verdadeiro sex symbol entre as mulheres que lutam pela vida, que acordam de madrugada para ir para o trabalho, mas que só para o ver são capazes de deixar tudo para trás. Maria, por exemplo, não fala de outra coisa nos últimos dias. Sábado, o marido, a trabalhar no festival, comentava que ela e a irmã «são loucas» pelo cantor e não iam perder o concerto por nada. Foi azar o filho pequeno ter ficado com febre, mas acabou por ser deixado aos cuidados de familiares para que a fã portuguesa - a típica mulher baixinha, gordinha e arranjada apenas com uns ganchos baratos no cabelo - não perdesse o concerto da sua vida.

Pagodinho no som, voz de mel ao microfone, Alexandre Pires é especialista em multidões. Com uns passos de dança e um movimento pélvico provocador, deixa o mulherio todo aos gritos e em êxtase. Ninguém as segura, todas sonham com ele e vêm de longe só para o ver ao vivo. No dia-a-dia são os discos dele que ouvem o tempo todo, apesar de poucas conseguirem dizer o nomes das canções de cor - sabem a letra toda.



O universo de fãs do cantor de Minas Gerais começou a marcar lugar junto às grades, bem na frente do palco ainda antes de NBC ter inaugurado o recinto principal às 20h00. O do rapper apresentou em palco temas do seu último trabalho, «Maturidade», e apostou num medley prolongado das músicas que marcaram a sua vida. Entoou «Smooth operator» de Sade Adu, fez uns passos de moon walk como Michael Jackson aos acordes de «Billie Jean» e, com os pratos do gira-discos a arranhar, cantou «Bem-vindo ao passado», dos GNR. O público gostou e começou a juntar-se para ouvir os hits dos Irmãos Verdades, que se seguiram em palco, deixando o público ao rubro com temas como «Yolanda» e «Isabella». O público estava pronto para ouvir Alexandre Pires. E foi o que já se sabe. Foi o delírio.

A fechar a noite do palco principal, a Banda Calypso aqueceu tanto o ambiente com a dança de Joelma Mendes, a vocalista, que se sentia ao longe a plateia a fervilhar. De cabelos dourados até à cintura, ela aparece em palco saída de um furacão. Veio, aliás, do brasileiro Belém do Pará, com a lambada e o forró pegados ao corpo - e com o marido, Cimbinho, de guitarra na sacola. Todos os conhecem, eles que têm no currículo dez milhões de álbuns vendidos em dez anos de carreira, que agora assinalam com uma digressão pela Europa e Estados Unidos.

De soutien preto, saia de bailarina vermelha, botas altas e mini-casaquinho com gola de peluche, a vocalista (ou seria Cloe, a Bratz?) salta e solta o show com músicas como «Pra Me Conquistar», cuja letra é como um manual de instruções para sexo banal ou será para o amor eterno? Reza assim: «Meu amor você pode ser o garanhão, você pode ser tudo de bom, você pode ser o cara, mais pra me conquistar você tem que rebolar».

Qual Beyoncé, qual Shakira, Joelma é dona de uma corpo com muita malhação. E como a norte-americana ou a colombiana, é incansável em palco. A Banda Calypso fechou em grande o último dia da terceira edição do Festival Delta Tejo. Estratosféricos, trouxeram ao Alto da Ajuda o mundo que, geralmente, não se vê nas andanças dos Festivais de Verão, mas que mexe bem a anca.
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