«Festival das orgias» no Alqueva só durou três dias - TVI

«Festival das orgias» no Alqueva só durou três dias

KaZantip Festival 2011 (Reuters)

O polémico KaZantip Festival não tinha licenças para a venda de comida e o organizador do festival fugiu para a Suíça

O festival mais longo do mundo, que prometia cinco semanas de música eletrónica e de dança nas margens da barragem do Alqueva, durou apenas três dias. Segundo o jornal «Público», o KaZantip Festival não conseguiu assegurar as condições necessárias para, por exemplo, vender comida e bebida no recinto, e o organizador principal do evento, Roland Stach, acabou mesmo por fugir de volta para a Suíça por não conseguir pagar a artistas e fornecedores.

Criado na Ucrânia durante os anos 1990, o KaZantip é conhecido como o «festival das orgias» e esteve envolto em polémica depois da publicação na Internet de um vídeo, alegadamente gravado durante uma das edições, de uma criança a praticar sexo oral.

Esse mesmo vídeo esteve, aliás, na base de uma queixa judicial apresentada em fevereiro contra a realização do evento em Portugal. Apesar disso, o KaZantip acabou mesmo por abrir portas a 20 de julho, mas uma inspeção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) no dia seguinte pôs a descoberto várias irregularidades que viriam a comprometer o festival.

No site oficial do evento, a organização admitiu falhas quanto à não existência de um livro de reclamações à porta do recinto e quanto à falta de uma licença para a água nos chuveiros e casas de banho, mas remeteu para a Câmara Municipal de Moura a culpa de ter uma licença errada que impediu a venda de produtos alimentares no festival.

«Sem poder vender comida, [a organização] não pôde prestar os serviços prometidos e consequentemente não pôde vender bilhetes [para o festival]», lê-se no comunicado.

Segundo o «Público», os festivaleiros foram obrigados a abastecer-se nos mercados locais de Moura, a cerca de meia hora de viagem do KaZantip, mas a entrada gratuita no recinto e as crescentes cenas de violência acabaram por ser a gota de água que fez transbordar o copo ao fim de apenas três dias.

«A situação relativa à [falta] de comida agravou-se na segunda-feira depois de, durante o fim-de-semana, cada vez mais pessoas terem entrado no festival depois de saberem que a entrada era livre. As coisas ficaram fora de controlo e a organização decidiu encerrar o festival por questões de segurança», explicaram os responsáveis do KaZantip.

Em declarações ao «Público», um elemento da organização revelou que, confrontado por artistas e fornecedores, o principal responsável do festival fugiu para a Suíça.

«O Roland [Stach] foi mesmo ameaçado de violência física por outros organizadores e fugiu. Não ia haver dinheiro para pagar a ninguém, pois o festival não estava a dar lucro», contou a fonte.

Os trabalhadores contratados para o evento também não foram pagos pelos serviços prestados e receberam apenas bilhetes de autocarro de volta a casa. No recinto de 100 hectares, ficaram ao abandono os palcos daquele que prometia ser o mais longo festival de música realizado em Portugal, mas que, afinal, durou só três dias.
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