Há muito tempo que o caminho de Carlos do Carmo não se confina ao fado tradicional. O convite de Maria João Pires deu azo a mais uma reinvenção - um diálogo a dois.
«Em plena gravação, duas ou três vezes, eu era suposto estar a cantar e parei. E ela continuou a tocar e perguntou por que é que eu parei. E eu disse: "Maria João, porque a estava a ouvir"», recordou Carlos do Carmo à TVI.
Um disco que é dos poetas - está lá José Saramago ou o amigo Júlio Pomar. Um disco que tem memória, a de Bernardo Sassetti, que recebe a dedicatória.
«Ao fim da primeira sessão eu disse: "Achava tão bonito que nós dedicássemos este disco ao Bernardo". E ela olhou para mim e disse: "Mas naturalmente que sim"», revelou o cantor.
«Eu tinha muito amor ao Bernardo. O conjunto das qualidades dele levavam-me a amá-lo como ser humano.»
Três sessões de estúdio gravaram 23 minutos de um fado que apela à calma e ao silêncio para ouvir a força da palavra que é trabalhada no papel.
«Isto trabalha-se, trabalha-se, trabalha-se... Até que chega o momento de cantar e depois já se improvisa. Já chego ao estúdio e não tenho aquela preocupação, já tenho na minha cabeça os pontos nevrálgicos», explicou Carlos do Carmo à TVI.
A palavra e o fado, juntos, em Carlos do Carmo. Mais uma obra que o conduz até à próxima: os 50 anos de carreira.
Carlos do Carmo lança disco com Maria João Pires
- Redação
- 3 dez 2012, 16:48
Álbum conta com poemas de José Saramago e Júlio Pomar, e é dedicado a Bernardo Sassetti
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