Gofo, o padre católico que é fã de Metallica e Iron Maiden - TVI

Gofo, o padre católico que é fã de Metallica e Iron Maiden

Adolfo Huerta é um padre mexicano que celebra missas nos bairros mais pobres de Saltilho

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Os cabelos compridos tingidos de vermelho vivo contrastam com a batina branca. As pulseiras negras e o anel em forma de caveira pouco ou nada têm a ver com as imagens de Cristo e as cruzes da igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, em Saltilho, no México. Adolfo Huerta, mais conhecido pela alcunha Gofo, é um padre católico fã de música pesada, motas, e até tem posters de mulheres nuas nas paredes do seu quarto.

«Eu procuro a fé de forma adulta, uma fé mais humana e razoável», disse Gofo em entrevista à agência Reuters. «Temos de desmistificar a fé, aquela figura do padre que as pessoas acham que não fuma nem dança. Mas a realidade é diferente. Temos de aceitar as diferenças e as preferências dos outros sem as condenarmos.»

Gofo é padre há cinco anos e converteu-se à religião católica depois de ter trabalhado como voluntário na assistência a doentes seropositivos e prostitutas de rua em Saltilho. As t-shirts pretas com caveiras e imagens das suas bandas e filmes preferidos ficam por baixo da batina branca que veste sempre que celebra uma missa.

É nos bairros mais pobres de Saltilho que o padro Gofo espalha a palavra de Deus. E acredita que a missa pode e deve ter lugar fora das igrejas.

«Há maior comunhão entre as pessoas em festas e bares. Quando vais a esses lugares, as pessoas dão-te as boas vindas, abraçam-te, perguntam como estás. Na igreja, ninguém presta atenção a ninguém, e as pessoas só se cumprimentam quando o padre lhes diz para o fazerem», explicou.

Membro de um grupo de motards, os Black Wings, Gofo decora a sua mota com caveiras e terços. E é um fã de rock e metal, frequentando bares onde ouve música dos Metallica, Iron Maiden e Pantera.

E o apreço pela beleza feminina «ao natural»? À Reuters, Gofo esclareceu que, apesar das imagens de mulheres nuas no seu quarto e no seu diário, há apenas a admiração «pela beleza do corpo» e «pela capacidade da mulher em dar vida». Tudo sem pensamentos pecaminosos, porque, afinal de contas, um padre católico tem de viver uma vida casta.
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