Seis anos depois, os Foo Fighters continuam inesgotáveis - TVI

Seis anos depois, os Foo Fighters continuam inesgotáveis

Banda norte-americana regressou a Portugal para encerrar o segundo dia de Alive e Dave podia "ficar a cantar a noite" toda que nós teríamos ficado a ouvi-lo. Festival encerra este sábado com as atuações de Imagine Dragons e Depeche Mode

Eram 55 mil pessoas e todas tinham uma confissão a fazer. Ou quase todas. Estavam ali para ver Foo Fighters e Luís Sampaio é exemplo disso. Vindo do Norte do país, o jovem veio ao NOS Alive "mesmo para ver" Dave Grohl e companhia.

Vim mesmo para ver Foo Fighters. Também queria ver The Cult, mas Foo Fighters não queria mesmo perder. Já queria ter vindo quando eles cá estiveram da última vez, mas não deu. Agora não podia mesmo perder", contou à TVI24.

E para não correr riscos com o concerto que encerrou o dia de festival, esteve mais de quatro horas a guardar lugar que lhe permitia assistir às duas horas e meia de atuação do princípio ao fim com vista priviligiada.

O concerto estava marcado para as 00:00, Dave Grohl atrasou-se e a ansiedade de quem esperava por um concerto desde as 16:00 (ou até desde mais cedo) fez-se sentir. 

Mas o atraso foi rapidamente esquecido assim que soaram os primeiros acordes de "All My Life". Seguiu-se "Times Like These" e depois o público juntou a sua voz à do vocalista e entoou "Learn to Fly" a plenos pulmões no Passeio Marítimo de Algés. Estava imposto o ritmo e mesmo que a banda o quisesse baixar, já não conseguiu.

Culpa de Dave Grohl que, logo no início, avisou: ia ser uma "noite muito comprida" e era melhor que se preparassem para o que estava para vir. E o público preparou-se. Seguiram-se êxitos como "Something From Nothing", "Walk", "These Days", "My Hero" e "Rope" e duas músicas novas: "Run" e "La Dee Da", que trouxe a palco Alison Mosshart, vocalista dos The Kills, que colabora no single que fará parte do próximo álbum da banda "Concrete and Gold", com lançamento previsto para setembro.

Ao fim de seis anos sem atuar em Portugal, os Foo Fighters mataram as saudades dos portugueses e os portugueses deles. "Podia ficar aqui a noite toda", disse o vocalista por várias vezes.

Vocês são um público maravilhoso, desculpem se demorámos tanto para cá voltar. Quanto tempo passou? Quatro anos? Seis anos? Tretas!”, disse, antes de voltar a pegar na guitarra. "Seis? Lamento."

A interação do vocalista com o público foi uma constante em todo o concerto. Desde desafiar os festivaleiros a não repetirem tudo o que dizia - e tentar, sem sucesso, dissuadi-los com um supercalifragilisticexpialidocious de Mary Poppins - Dave Grohl inverteu papéis com quem assistia ao concerto. 

Enquanto vocês tiverem voz, eu tenho voz. Sabem que eu posso ficar a gritar toda a noite?”, ameaçou sem conseguir assustar quem assistia. 

Tudo porque os portugueses não quiseram deixar de aproveitar a interação para pedir à banda que saltasse (para além de ainda terem cantado o hino português e gritado "Campeões, nós somos campeões"). Ora, Dave não percebia o que lhe pedia e decidiu tornar o "Salta Dave, salta" numa versão rock. No fim, agradeceu aos portugueses pelo próximo hit de sucesso. 

Prometendo voltar em breve e dizendo que não se ia despedir, os Foo Fighters embalaram os festivaleiros com dois dos temas mais esperados da noite: "Best of You" e "Everlong". A cereja no topo do bolo de uma noite que os fãs do rock não vão esquecer tão cedo. 

E antes de Grohl e companhia?

Antes do último concerto da noite, muita coisa aconteceu no festival. Por exemplo, no Coreto foi o dia das mulheres e Lince foi uma delas. A jovem vimaranense subiu ao palco para apresentar o seu primeiro EP e falou com a TVI24 sobre como é assumir um projeto a solo depois de ter trabalhado com WeTrust e There Must Be a Place.

Era algo que eu queria há muito tempo. Sou cantora e precisava de um projeto em que eu liderasse. Mas é uma posição bastante diferente. Quando somos músicos estamos num sítio mais exposto e também temos uma maior responsabilidade, mas eu gosto muito desse papel", afirmou Sónia Ribeiro.

Lince atuou ao mesmo tempo que os Courteners substituíam Tiago Bettencourt no palco principal. Depois deles subiram a palco The Cult e The Kills que foram vendo a audiência aumentar enquanto - verdadeiramente - a aqueciam para a chegada de Dave Grohl e companhia.

Nesta sexta-feira a enchente frente ao palco principal foi mais visível do que no dia anterior. Passar para qualquer que fosse o ponto do recinto tornou-se um verdadeiro desafio a partir das 19:00. A chegada em massa de festivaleiros aumentou as filas um pouco por toda a parte: para aceder às casas de banho, para levantar dinheiro, para comprar uma bebida, para arranjar brindes ou jantar.

Mas voltemos aos The Kills que foram mornos para a temperatura que se fazia sentir em Algés. As nuvens cobriram o céu ainda os The Cult tocavam e não arredaram pé o resto da noite. O público precisava de aquecer, mas a dupla - constituída pela vocalista norte-americana Alison Mosshart e pelo guitarrista inglês Jamie Hince - não o conseguiu descolar do chão (onde muitas pessoas continuavam sentadas a descansar para o que viria a seguir). 

O grupo apresentou temas do seu mais recente álbum, Ash & Ice, lançado no verão do ano passado, mas também alguns dos seus temas mais conhecidos, como "Heart of a Dog" ou "Doing It to Death". Mas nem isso, nem a crescente cumplicidade entre o duo, foi suficiente para fazer esquecer as nuvens que pairavam no ar. 

O 11.º festival NOS Alive, esgotado há quase três meses, conta com 55 mil pessoas diárias no recinto à beira Tejo. O certame termina este sábado com os Depeche Mode e Imagine Dragons como cabeças-de-cartaz. O primeiro dia de festival contou com The xx e The Weeknd, entre outros.

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