Paulo Gonzo lança álbum de clássicos da soul e blues

Paulo Gonzo chama «recriações» aos temas que interpretou para o álbum «By Request», a editar no dia 21 de Junho, um caldeirão de soul e blues com Otis Redding, Ray Charles e James Brown, escreve a agência Lusa.

«Não é nenhuma homenagem a ninguém, é um disco que eu já queria fazer há muitos anos e que estava aqui - passe a expressão - entalado», disse Paulo Gonzo à Lusa.

«By Request» é, por isso, um disco de intérprete e o alinhamento inclui as músicas que Paulo Gonzo sempre quis cantar e só agora, aos 53 anos, teve oportunidade e maturidade para o fazer.

Gravado em Nova Iorque e produzido por Cindy Blackman e Jack Daley, que habitualmente tocam com Lenny Kravitz, «By Request» inclui reinterpretações de «These Arms of Mine» e «Try a Little Tenderness», reconhecidas na voz de Otis Redding, ou «Bring It On To Me», de Sam Cooke, e «Let's Stick Together», que Barry White em tempos cantou.

Versão de Frank Sinatra é single de apresentação

Há ainda «That's Life», de Frank Sinatra, escolhido como primeiro single do álbum, ou «How Do You Stop», de James Brown, o tema que fisicamente mais desafios apresentou a Paulo Gonzo.

«Na interpretação da soul tem que se ser ele próprio, é preciso conhecer os originais e a história dos intérpretes», defendeu o músico, que se mantém na escola dos blues e da soul há mais de trinta anos.

«É uma linguagem sonoramente e conceptualmente muito específica e tem que se saber o que se está a cantar. Tem que se ouvir para trás. O presente não existe. O que nós temos e aquilo que nos vai valendo é o passado», disse.

Música blues sempre presente

Paulo Gonzo é responsável por vários êxitos portugueses, sobretudo na área do pop-rock, embora ressalve que a escola blues está lá presente, seja em «Jardins Proibidos», «Dei-te Quase Tudo» ou «Sei-te de Cor».

Embora não seja saudosista e se recuse a assinalar efemérides, o músico começou nos blues há 35 anos, com a Go Graal Blues Band, e as influências mantêm-se até hoje.

O último álbum de originais de Paulo Gonzo, homónimo, data de 2005. Depois disso saíram ainda um disco ao vivo no Coliseu (2007) e a colectânea «Perfil» (2008).