The Cure em autêntica prova de resistência no Alive - TVI

The Cure em autêntica prova de resistência no Alive

Robert Smith e companhia brindaram festival com três horas de um concerto a que nem todos resistiram

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As três horas de concerto estavam prometidas e os The Cure não falharam a prova de resistência na segunda noite de concertos do Optimus Alive'12. Da meia noite às três da manhã, Robert Smith e companhia revisitaram quase todos os 13 álbuns de estúdio e poucas terão sido as canções que ficaram por pedir pelos fãs.

Com o recinto do festival perto da lotação máxima (esperavam-se 50 mil pessoas no Passeio Marítimo de Algés), muitos foram os simples curiosos que quiseram recordar hinos de outras décadas, como «Friday I'm In Love» ou «Boys Don't Cry», mas houve também fãs mais atentos à discografia dos The Cure que vibraram ao som de «Lullaby», «A Forest» ou «Killing An Arab». Os primeiros talvez não tenham resistido aos quase 180 minutos de música, claro está.

Num espetáculo visualmente pouco apetrechado, mas musicalmente competente, a banda britânica exibiu boa forma, capacidade de comunicação (sempre através de Smith) e uma mão cheia de trunfos para desbloquear momentos mais mornos durante a atuação. Entre a melancolia e a alegria borbulhante, do rock gótico à new wave, o concerto em versão «greatest hits» encerrou o Palco Optimus, por onde já tinham passado durante o dia os também britânicos Noah and the Whale e Mumford & Sons.

Ambos os conjuntos foram recebidos com entusiasmo por uma plateia que revelou conhecer um pouco mais para além dos singles, se bem que «L.I.F.E.G.O.E.S.O.N.» (dos Noah) e «The Cave» (dos Mumford) tenham sido mesmo dos temas mais aplaudidos. Despretensiosos, simpáticos e, acima de tudo, bons construtores e intérpretes de canções, os Noah and the Whale e os Mumford & Sons deixaram boas impressões em Portugal, naquelas que foram as estreias absolutas das duas bandas no nosso país.

Com o estatuto de velhos conhecidos do público português, coube aos Morcheeba tentarem fazer esquecer que a razão da sua atuação no festival esteve diretamente ligada com a substituição dos Florence & The Machine, que cancelaram o concerto há apenas alguns dias.

Paul Godfrey, produtor que em palco dá conta da guitarra, confessou que a banda só soube que ia tocar no Alive «ontem às duas da tarde», mas os Morcheeba tentaram aproveitar a oportunidade. Temas como «Otherwise» e «Rome Wasn't Built in a Day», de volta à bela voz de Skye Edwards, conseguiram cativar as atenções, ainda que, na extremidade oposta do recinto, um conterrâneo e contemporâneo dos Morcheeba estivesse ao mesmo tempo a levar muito público ao Palco Heineken.

Tricky protagonizou um dos concertos mais desequilibrados nesta segunda noite. A ausência de Martina Topley-Bird era já uma certeza, e sem ela os planos em recuperar o disco de estreia, «Maxinquaye», caíram por terra. Mas isso não pode explicar os temas cortados a meio, nem a quase ausência da voz de Tricky em metade da atuação (a vocalista que o acompanhou foi muitas vezes a figura principal). Mas valeu pela espontaneidade (mais ou menos premeditada) quando ao som de «Ace of Spades», dos Motörhead, o músico britânico convidou a uma pacificamente tumultuosa invasão de palco.

No segundo palco do Alive, destaque também para uns Awolnation impulsionados pela alta rotação do single «Sail» em anúncios na TV, mas que souberam conquistar novos fãs com o seu rock eletrónico, e para Katy B, que apesar de «competir» diretamente com os The Cure nos horários, foi a alternativa ideal para quem preferiu dubstep, house e hip hop para dançar.

O Optimus Alive'12 termina este domingo com a já esperada enchente de público (55 mil pessoas) para a receção aos Radiohead, The Kills, Metronomy e Paus, entre muitos outros.
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