Primavera, dia 2: a noite em que os Blur nos bateram à porta de casa - TVI

Primavera, dia 2: a noite em que os Blur nos bateram à porta de casa

Blur no Optimus Primavera Sound 2013

Segunda noite de concertos no Parque da Cidade do Porto foi da banda britânica, que conquistou com atuação de uma hora e meia

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Rever os Blur é reencontrar um velho amigo. Afagar a saudade num abraço e celebrar de copo erguido e refrães há muito decorados. O Parque da Cidade entregue a festividades de esgar dionisíaco e felicidade incontida.

O génio de Damon Albarn na voz, ao piano e em guitarra acústica; as distorções inconfundíveis de Graham Coxon; o charme de cigarro pendente e baixo caído de Alex James; a bateria ritmada e mais poderosa do que nunca de Dave Rowntree: meus senhores, continua tudo lá.

Os Blur apresentaram-se decididos a agarrar a plateia desde o início. Este regresso aos palcos (e aos discos) é mais do que um Plano Poupança Reforma e isso ficou notório a cada acorde.

A violência adolescente de «Popscene», a harmonia de «There's No Other Way», a passagem perseverante pelo álbum «13» («Coffee and TV», «Trimm Trabb», «Tender») até ao clímax num encore gerido com minúcia.

O festim terminou com quatro músicas, o povo queria muitas mais. Uma hora e meia de concerto soube a pouco, principalmente depois da explosão mútua de gargantas roucas com «For Tomorrow», «The Universal» e a crua «Song 2».

Quarentões respeitáveis (Alex James vive numa quinta, produz queijo e tem cinco filhos!), os Blur são agora e sempre músicos de excelência. Quando se reúnem, a coisa só pode dar certo. A reportagem do tvi24.pt rendeu-se e, egoísta, deixa um pedido: façam lá um álbum novo.

Grizzly Bear e Local Natives: ilustres secundários

A segunda noite do Primavera Sound 2013 foi dos Blur, sim, mas podia ter sido também dos Grizzly Bear. O espantoso som dos rapazes de Brooklyn, assente numa plataforma-multiusos

instrumental, revela o atingir da maioridade absoluta.

A doce «Two Weeks» encerrou um serão conciliatório, talvez merecedor de uma reação mais quente por parte da esmagadora maioria do público presente num dos anfiteatros naturais do

recinto.

Nota importante também para a voz acertadíssima de Ed Droste, sempre bem suportada pelos sussurros de Chris Taylor e a afinação aguda de Daniel Rossen.

Oportunidade para ver em Portugal, pela primeira vez nas últimas três décadas, os dinossauros Meat Puppets. No Palco ATP, refugiados das multidões mainstream, o hard rock dedilhado trouxe energia, sim, mas criatividade zero.

Uma palavra final para outro dos grandes momentos deste festival. Às 20 horas, os Local Natives presentearam-nos com um concerto onde coube doçura, rasgo e comunicação. Bom, muito bom poder visitar o excelente «Hummingbird» ao vivo.
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