Primavera, dia 3: letargia dos MBV não estragou o fim de festa - TVI

Primavera, dia 3: letargia dos MBV não estragou o fim de festa

Optimus Primavera Sound 2013 (foto: José Coelho/Lusa)

My Bloody Valentine desapontaram, enquanto que Savages e White Fences assinaram os melhores espetáculos na última noite do festival

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Corre-se o pano, fim de espetáculo, balanço extraordinário de um festival distinto de todos os outros. O Primavera Sound veio para ficar e ser um símbolo da cultura moderna portuense. Não gostámos, porém, de ver os My Bloody Valentine (MBV) como cabeça-de-cartaz.

Os mui veneráveis álbuns de 1988 e 1991 são prova irrefutável da qualidade dos irlandeses, mas quem procura um espetáculo desta dimensão, num sábado à noite, procura mais do que história anciã. Pretende diversão (veja-se o que fizeram Nick Cave e Blur), rejeita letargia.

A turba manteve-se em silêncio, os aplausos foram tímidos e o desapontamento geral tocou também a reportagem da tvi24.pt. Os menos pacientes debandaram, os fãs de outrora, em sinal de respeito, mantiveram-se até ao fim. Confrangedor.

Esclareça-se, contudo, que esta desilusão foi exceção e não regra num cartaz estimulante para diferentes setores e sub-setores musicais. Neste derradeiro dia, de resto, houve muitos e bons concertos. Os melhores? Dos que vimos, e foram muitos, Dinosaur Jr., Savages e White Fence.

Os riffs e solos dos veteranos Dinosaur Jr. continuam surpreendentemente frenéticos e, para muitos, atuais. A nós remete essencialmente para uma festa de garagem no final dos 80s. No alinhamento não faltaram os clássicos «Feel The Pain», «Freak Scene», nem a aparição surpresa de Damien Abraham, vocalista dos Fucked Up, a entoar os últimos versos jurássicos.

As Savages são de Londres e têm uma vocalista francesa. No Palco Pitchfork, o menos interessante por não aproveitar o idilio natural do Parque da Cidade, Jehnny Beth e respetiva

plêiade honraram o som pós-punk, gótico, aqui e ali a pisar terrenos facilmente identificáveis com os Joy Division. Atenção ao primeiro álbum destas senhoras, editado já em 2013: «Silence Yourself».

No encantador Palco ATP, os White Fence dão asas ao rock psicadélico, influenciado por substâncias mais ou menos lícitas. A voz de Tim Presley e o batalhão de guitarras

insubordinadas eleva-nos a um altar de perdição e pecado. Estes rapazes, californianos, merecem ser mais conhecidos.

Palavra final para dois representantes da música nacional. Os barcelenses The Glockenwise, autores do interessante «Leeches», e que até já foram notícia no Maisfutebol, tocaram ainda o sol ia bem alto e mostraram que vieram para ficar. O povo gostou.

Os já consagrados PAUS, comandados pela percussão furiosa das baterias siamesas de Hélio Morais e Joaquim Albergaria, assinaram um espetáculo triunfante. «Deixa-me Ser» é uma

grande música em qualquer parte do mundo.
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