Ornatos pedem ao Coliseu de Lisboa: «Para-me agora» - TVI

Ornatos pedem ao Coliseu de Lisboa: «Para-me agora»

Duas horas de concerto com regresso ao passado mais longínquo de uma banda que deixou marca profunda nas últimas gerações

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Não foi uma noite nada má para as cerca de 5 mil pessoas que assistiram esta quinta-feira ao concerto dos Ornatos Violeta no Coliseu de Lisboa. Um espetáculo há muito esperado, depois do fim da banda anunciado há dez anos, e há muito esgotado.

«Um dia mau», do segundo e último álbum dos Ornatos Violeta - «O Monstro Precisa de Amigos» -, separados desde meados de 2000, foi a sétima canção no repertório que encheu a barriga aos fãs de Manel Cruz e companhia, com 35 músicas a preencherem um espetáculo que durou cerca de duas horas e que levou os músicos a regressarem três vezes ao palco.

«Foi tão bom para ti, como foi para mim?», cantava o vocalista da banda do Porto, enquanto na plateia braços se elevavam, nas bancadas todos dançavam e os camarotes enchiam-se de luz e cor, praticamente lotados.

A receção foi calorosa, como já se esperava, à banda que regressou aos palcos com apenas dois discos editados e dez anos de silêncio. Manuel Cruz continuou com outros projetos, mas os Ornatos Violeta, que começaram em 1991 e, seis anos depois, gravaram o famoso álbum «Cão», seguido, em 1999, do derradeiro «O Monstro...», deixaram marca profunda nas últimas gerações.

«Para Nunca Mais Mentir» deu o arranque a um desenrolar de músicas onde os sentimentos estão à flor da pele e foram várias as vezes em que o vocalista, que há terceira canção já estava sem t-shirt, deixou de cantar para ouvir, apenas, o público que, por sua vez, não desiludiu. Rendido, o Coliseu tremeu com o batuque dos pés das milhares de pessoas sempre que a banda ameaçava terminar o espetáculo.

No camarote principal, assistiu à primeira parte do concerto Sérgio Godinho. Mas o músico saiu antes de ouvir as míticas canções do primeiro álbum, dos anos 90, «quando íamos para a Nazaré», como lembrou Manel Cruz.

Sérgio Godinho também não viu a homenagem dos Ornatos Violeta ao antigo vocalista Ricardo com o inédito «Sacrificar» - «Palmas para o Ricardo, onde quer que estejas» - nem João Parreira, um fã da banda, que com um cartaz «Deixa-me tocar» convenceu os músicos a deixá-lo subir ao palco. O jovem ofereceu a uma tal Beatriz a sua música favorita, tocada por ele próprio na viola: «Deixa Morrer».

Não faltaram «A Dama do Sinal», «Capitão Romance», «Coisas» e,claro, «Ouvi Dizer», com Manuel Cruz a declamar o trecho de Victor Espadinha com o Coliseu praticamente em silêncio. O elétrico «O.M.E.N» fez pular toda sala, ao mesmo tempo.

«Hoje não é um dia nada mau», chegou a dizer Manel Cruz para introduzir a canção com o mesmo nome. Foi «uma noite do c...», nas palavras do vocalista, onde também Peixe (na guitarra), Kinorm (bateria), Nuno Prata (baixo) e Elísio Donas (teclas) agradeceram ao público: «Obrigada a todos. Isto é feito por vocês. A sério, sem vocês isto não existia».

E, depois, ao terceiro «encore» o fim. Antes do «Dias de Fé» o último pedido dos Ornatos a um Coliseu lotado: «Para-me agora».

VÍDEO: excerto do concerto dos Ornatos Violeta
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