«Tonight: Franz Ferdinand» trouxe novos sons à pista de dança da banda e em Paredes de Coura não faltaram os sintetizadores nem o colorido de luzes próprio de uma discoteca.
Depois de um espectáculo atribulado no festival Sudoeste, em 2008 (o PA falhou várias vezes), os Franz Ferdinand tiveram a sorte do seu lado e os problemas técnicos ficaram de fora. O arranque «a matar», com «The Dark of the Matinée», o novo «No You Girls» e «This Fire», serviu de rampa de lançamento para um concerto com escassos pontos mortos.
O público, cerca de 20 mil pessoas com olhos postos no palco principal, esteve sempre com Alex Kapranos e companhia, ora acompanhando as canções com palmas, ora entoando afinadamente versos como «I love the sound of you walking away» ou «this fire is out of control, I'm going to burn this city».
Se os temas principais dos dois primeiros álbuns foram os mais festejados - em «Take Me Out» até houve uma tocha vermelha acendida no meio do público -, as novas canções de «Tonight» não deixaram de marcar pontos. Com mais, ou menos, sintetizadores à mistura, «What She Came For», «Can't Stop Feeling» ou «Turn It On» passaram no teste do palco.
Já perto do final, «Outsiders» foi outro dos pontos altos da actuação. A banda juntou-se em volta da bateria de Paul Thomson e o poder da percussão a quatro deixou os fãs rendidos, se é que ainda havia alguma resistência.
No regresso ao palco, «Ulysses» foi recebido como se já fosse um clássico (e tem tudo para o ser), «The Fallen» e «Michael» mantiveram a «pista de dança» bem quente, e «Lucid Dreams» encerrou de forma atípica o concerto. O guitarrista Nick McCarthy tomou conta dos sintetizadores e o final esteve mais perto de uma rave do que de um espectáculo de rock.
Estreias bem sucedidas
O segundo dia do Paredes de Coura 2009 ficou marcado por várias estreias no nosso país. Os australianos The Temper Trap inauguraram o Palco Nokia com vontade de mostrar o trabalho feito no primeiro longa duração editado este ano e de onde saiu o single «Science of Fear».
Também os nova-iorquinos The Pains of Being Pure at Heart editaram este ano o seu disco de estreia e a paisagem verdejante do Minho foi o cenário ideal para a indie pop rock alegre e bem disposta do quarteto.
Por volta das 22h30, foi a vez dos ingleses The Horrors fazerem também eles a estreia em palcos lusos. Entre momentos de maior obscuridade e outros com veia mais punk, a banda liderada por Faris Badwan deixou boa impressão e a vontade de rever os Horrors num concerto em nome próprio.
Esquecidos por muitos desde os tempos do êxito «Alright», de 1995, os Supergrass mostraram genica em palco. Mesmo sem deslumbrarem, avançaram destemidos numa actuação segura e que serviu para mostrar o mais recente disco, «Diamond Hoo Ha». E o público de Paredes de Coura gostou.