Paredes de Coura rende-se aos explosivos The Prodigy - TVI

Paredes de Coura rende-se aos explosivos The Prodigy

  • João Silva
  • Manuel Lino (fotos) e Luís Silva (vídeo)
  • 1 ago 2010, 07:41

Último dia do festival assistiu também ao «ressuscitar» dos «falecidos» Mão Morta

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O festival Paredes de Coura 2010 terminou este sábado com a maior afluência de público desta edição. Segundo a organização do evento, cerca de 20 mil pessoas estiveram num recinto que recebeu actuações de artistas como os Mão Morta, The Specials e The Prodigy.

A banda de Liam Howlett, Keith Flint e Maxim foi, como já era previsto, a principal razão que levou muita gente a comprar bilhete para o festival. Pelo menos a julgar pelo elevado número de t-shirts dos The Prodigy que se avistaram durante os últimos dias, e também pela massa humana que seguiu com atenção o mais agitado concerto deste Paredes de Coura.

Para os que ainda não tinham assistido a nenhum dos seis concertos que o grupo realizou em Portugal nos últimos cinco anos, esta será uma performance que tão cedo não esquecerão. À electrónica suja e de atitude punk que conhecemos dos discos, juntam-se, ao vivo, uma bateria e uma guitarra eléctrica que elevam os Prodigy para outro plano de fazer inveja a muito boa «banda da pesada».

Mas para quem já os acompanha de perto desde (pelo menos) 2005, este foi um concerto que, apesar de explosivo e excitante, acabará por diluir-se nas memórias de tantos outros espectáculos semelhantes.

Com um alinhamento que não variou muito dos apresentados em 2009, no Optimus Alive e no Pavilhão Atlântico, a banda voltou a incendiar a plateia com êxitos do passado («Breathe» e «Smack My Bitch Up») e do presente («Omen» e «Take Me To The Hospital»), mas as surpresas não foram muitas.

Os dois vocalistas continuam exímios mestres de cerimónia, conquistando facilmente a plateia, mas Maxim parecia mesmo acreditar que estava no Porto, chamando muitas vezes pela «gente» e pelos «guerreiros» da Cidade Invicta.

Na celebração final, e depois de menos de hora e meia de concerto, «Out of Space» foi exemplo claro da comunhão perfeita entre banda e público. O refrão do original de Max Romeo foi cantado por milhares de vozes e acabou ainda por ser dedicado aos The Specials, grupo que actuou no festival por volta das 23h30.

Os Specials deixaram uma pegada histórica em Paredes de Coura, não só pelos longos anos de carreira mas também por esta ter sido a primeira actuação da banda de ska em Portugal.

«Lamentamos não termos tocado para os vossos pais», brincou o guitarrista Lynval Golding. Mas o testemunho foi passado exemplarmente para as gerações mais novas com um concerto bem animado e que recordou alguns dos grandes clássicos dos anos 1980, como «A Message To You, Rudy», «Too Much Too Young» e «Stereotype».

Vídeo:



Neste derradeiro dia de concertos, os Mão Morta regressaram ao exacto local onde tinham anunciado a própria morte, há três anos. O «ressuscitar» foi feito com novos temas do álbum «Pesadelo em Peluche» e com passagens praticamente obrigatórias por «Budapeste», «E Se Depois», «Cão da Morte» e «1º de Novembro».

Vídeo:



Antes do pôr do sol passaram pelo palco principal Os Dias de Raiva, num concerto curto mas intenso, Jamie T, outra das estreias internacionais neste festival, e uns Dandy Warhols que só conseguiram captar a total e completa atenção do público com o single «Bohemian Like You», que andou no ouvido de muitos há uns anos através dos anúncios da Vodafone.

No final de quatro noites de música o saldo é positivo. Apesar na visível quebra na afluência de festivaleiros, a existência do Paredes de Coura continua a fazer todo o sentido pela diversidade e ecletismo (possíveis) dos seus cartazes.
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