Vampiros das histórias de terror saem à rua para matar, vampiros de Hollywood saem para cantar e homenagear os que já partiram. Foi assim, no terceiro dia de Rock in Rio Lisboa.
Hollywood Vampires, no original, o supergrupo é formado pelo trio: Alice Cooper, (o também ator) Johnny Depp e Joe Perry (dos Aerosmith) – aos quais se juntam, para as atuações ao vivo, Tommy Henriksen (Alice Cooper), Matt Sorum (ex-Guns ‘N Roses), Duff McKagan (Guns ‘N Roses), Robert DeLeo (Stone Temple Pilots) e Bruce Witkin. Um grupo de amigos que se reuniram para levar ao mundo uma prática que era privada: as noites de copos e de música passadas entre músicos. Em Lisboa, fizeram justiça ao que se propõem, com um concerto que não só afastou quaisquer dúvidas que pudesse haver sobre a capacidade de entreter – nomeadamente devido às décadas em digressão, especialmente no caso de Cooper e Perry– como, pelo contrário, mostraram que ainda há muita energia nas veias destes vampiros.
O nome da banda deriva do “clube” de artistas fundado por Cooper nos anos 70, que se juntavam para, como se diz em bom português, beber uns copos. Como o próprio Alice Cooper referiu na reta final do concerto, antes de tocarem o original “My Dead Drunk Friends”, ele é o único ainda vivo de todos os que se juntavam para beber no “Rainbow”, um bar em Los Angeles. Os Hollywood Vampires homenageiam esses, e outros que já morreram, trazendo de volta à vida – vampirizando – grandes nomes da música.
@hollywoodvamps são s senhores que se seguem no #PalcoMundo e o alinhamento já é conhecido #RockinRioLisboa pic.twitter.com/l0xJhSxJ3I
— Andreia Miranda (@mirandandreia) 27 de maio de 2016
Desta forma, pela voz de Cooper, ouvem-se de novo ao vivo, e no mesmo palco, temas de The Doors, The Who, Jimi Hendrix, mas também de Pink Floyd, Led Zeppelin, Aerosmith e Alice Cooper. Desde que começaram a andar na estrada, ao seu reportório já adicionaram músicas outrora cantadas por Lemmy (Motorhead) e David Bowie, que faleceram em dezembro de 2015 e janeiro de 2016, respetivamente. Assim, aqui em Lisboa, já cantaram, também, “Ace of Spades (Motorhead), “Rebel Rebel” (Bowie) e “Suffreagette City” (Bowie).
"This is for Lemmy", agora "Ace of Spades" no #RockinRioLisboa @hollywoodvamps pic.twitter.com/4ykVLvWQwa
— Élvio Carvalho (@ElvioCarvalho1) 28 de maio de 2016
Grande parte dos festivaleiros com quem a equipa da TVI24 se cruzou, queixavam-se juntamente disto. O facto de se tratar de “mais uma” banda de covers, que não devia ser cabeça de cartaz do Rock in Rio. Cooper e companhia provaram, no entanto, que não são uma mera banda de versões, e que cada músico deste supergrupo torna os Hollywood Vampires uma banda de homenagem à história da música, representando os que já não podem estar, e colocando em palco as bandas que as novas gerações já não podem ver.
Led Zeppelin pela voz dos @hollywoodvamps "whole lot of love" no #RockinRioLisboa pic.twitter.com/aJif2GVt9e
— Élvio Carvalho (@ElvioCarvalho1) 27 de maio de 2016
Iguais a si mesmos – de que é exemplo a maquilhagem de Cooper e de Depp – deram um concerto de fazer inveja a muitas bandas jovens, ainda que fique afastado do pódio dos melhores espetáculos da edição deste ano. Até porque, por muito boa que fosse a atuação da banda, o terceiro dia de Rock in Rio fica marcado por outro episódio, que em nada os envolve, mas que será o que o público memorizará.
O incidente de Korn
Durante toda a tarde, a equipa de reportagem da TVI24 foi ouvindo festivaleiros pela Cidade do Rock, e rapidamente nos apercebemos que grande parte, talvez a maioria, das pessoas que estavam no Parque da Bela Vista vieram para ver a penúltima banda da noite: os norte-americanos Korn. O concerto, porém, não correu como previsto e os fãs responderam com reclamações junto da organização do festival.
A organização do Rock in Rio, em comunicado, já fez saber que tudo indica que se terá tratado de um problema com equipamento da banda, e que dará uma “resposta nos próximos dias”.
Leia aqui: Os Korn apagaram o Rock in Rio
O espetáculo dos veteranos do “nu metal” foi interrompido por três vezes devido a problemas técnicos – duas logo ao inicio, a terceira ao fim de 25 minutos de concerto – acabando por ser cancelado, quando ainda faltavam seis músicas para o final.
O alinhamento para @Korn , o concerto no #RockinRioLisboa vai começar pic.twitter.com/y2Ko7dcAT0
— Élvio Carvalho (@ElvioCarvalho1) 27 de maio de 2016
Antes de Korn subirem ao palco mundo, para o público da Bela Vista atuaram os californianos Rival Sons, em estreia absoluta em Portugal.
Comparados pela crítica e pelos fãs às lendas do rock Led Zeppelin, The Animals e Black Sabbath, os norte-americanos mostraram-se à altura da comparação, pelo menos no que toca à energia em palco e ao entusiasmo que conseguiram suscitar no público.
“Electric Man”, “Pressure & Time”, “Open my Eyes” e “Keep on Swinging” foram os momentos mais aclamados pela audiência, sem esquecer a apresentação do tema “Tied Up”, do novo álbum “Hollow Bones”, com lançamento marcado para 10 de junho.
@rivalsons já tocam no Palco Mundo do @rockinriolisboa . Aqui está o alinhamento do primeiro concerto da noite pic.twitter.com/k3S77IrNyB
— Andreia Miranda (@mirandandreia) 27 de maio de 2016
Ao início da tarde, logo após os ensaios, os Rival Sons estiveram à conversa com a TVI24, onde deixaram expressas as altas expectativas que tinham para este concerto.
Porque o Rock in Rio não se faz apenas de palco mundo, vale destacar que pelo palco alternativo passaram os Cave Story, Glockenwise e Metz.
@glockenwise no palco secundário do #RockinRioLisboa pic.twitter.com/y6CvASuU0c
— Élvio Carvalho (@ElvioCarvalho1) 27 de maio de 2016
Na tenda eletrónica, John Player Special deu o arranque, seguiram-se os Beatbombers (DJ Ride & Stereossauro), Serginho, Nightmares on Wax e, para fechar, Hudson Mohawkee.