Rock in Rio: Vampiros que saem para cantar - TVI

Rock in Rio: Vampiros que saem para cantar

O supergrupo norte-americano Hollywood Vampires foi o cabeça de cartaz do terceiro dia de Rock in Rio Lisboa, marcado inevitavelmente pelo cancelamento abrupto do concerto dos Korn

Vampiros das histórias de terror saem à rua para matar, vampiros de Hollywood saem para cantar e homenagear os que já partiram. Foi assim, no terceiro dia de Rock in Rio Lisboa.

Hollywood Vampires, no original, o supergrupo é formado pelo trio: Alice Cooper, (o também ator) Johnny Depp e Joe Perry (dos Aerosmith) – aos quais se juntam, para as atuações ao vivo, Tommy Henriksen (Alice Cooper), Matt Sorum (ex-Guns ‘N Roses), Duff McKagan (Guns ‘N Roses), Robert DeLeo (Stone Temple Pilots) e Bruce Witkin. Um grupo de amigos que se reuniram para levar ao mundo uma prática que era privada: as noites de copos e de música passadas entre músicos. Em Lisboa, fizeram justiça ao que se propõem, com um concerto que não só afastou quaisquer dúvidas que pudesse haver sobre a capacidade de entreter – nomeadamente devido às décadas em digressão, especialmente no caso de Cooper e Perry– como, pelo contrário, mostraram que ainda há muita energia nas veias destes vampiros.

O nome da banda deriva do “clube” de artistas fundado por Cooper nos anos 70, que se juntavam para, como se diz em bom português, beber uns copos. Como o próprio Alice Cooper referiu na reta final do concerto, antes de tocarem o original “My Dead Drunk Friends”, ele é o único ainda vivo de todos os que se juntavam para beber no “Rainbow”, um bar em Los Angeles. Os Hollywood Vampires homenageiam esses, e outros que já morreram, trazendo de volta à vida – vampirizando – grandes nomes da música.

Desta forma, pela voz de Cooper, ouvem-se de novo ao vivo, e no mesmo palco, temas de The Doors, The Who, Jimi Hendrix, mas também de Pink Floyd, Led Zeppelin, Aerosmith e Alice Cooper. Desde que começaram a andar na estrada, ao seu reportório já adicionaram músicas outrora cantadas por Lemmy (Motorhead) e David Bowie, que faleceram em dezembro de 2015 e janeiro de 2016, respetivamente. Assim, aqui em Lisboa, já cantaram, também, “Ace of Spades (Motorhead), “Rebel Rebel” (Bowie) e “Suffreagette City” (Bowie).

Grande parte dos festivaleiros com quem a equipa da TVI24 se cruzou, queixavam-se juntamente disto. O facto de se tratar de “mais uma” banda de covers, que não devia ser cabeça de cartaz do Rock in Rio. Cooper e companhia provaram, no entanto, que não são uma mera banda de versões, e que cada músico deste supergrupo torna os Hollywood Vampires uma banda de homenagem à história da música, representando os que já não podem estar, e colocando em palco as bandas que as novas gerações já não podem ver.

Iguais a si mesmos – de que é exemplo a maquilhagem de Cooper e de Depp – deram um concerto de fazer inveja a muitas bandas jovens, ainda que fique afastado do pódio dos melhores espetáculos da edição deste ano. Até porque, por muito boa que fosse a atuação da banda, o terceiro dia de Rock in Rio fica marcado por outro episódio, que em nada os envolve, mas que será o que o público memorizará.

 

O incidente de Korn

Durante toda a tarde, a equipa de reportagem da TVI24 foi ouvindo festivaleiros pela Cidade do Rock, e rapidamente nos apercebemos que grande parte, talvez a maioria, das pessoas que estavam no Parque da Bela Vista vieram para ver a penúltima banda da noite: os norte-americanos Korn. O concerto, porém, não correu como previsto e os fãs responderam com reclamações junto da organização do festival.

A organização do Rock in Rio, em comunicado, já fez saber que tudo indica que se terá tratado de um problema com equipamento da banda, e que dará uma “resposta nos próximos dias”.

Leia aqui: Os Korn apagaram o Rock in Rio

O espetáculo dos veteranos do “nu metal” foi interrompido por três vezes devido a problemas técnicos – duas logo ao inicio, a terceira ao fim de 25 minutos de concerto – acabando por ser cancelado, quando ainda faltavam seis músicas para o final.

Antes de Korn subirem ao palco mundo, para o público da Bela Vista atuaram os californianos Rival Sons, em estreia absoluta em Portugal.

Comparados pela crítica e pelos fãs às lendas do rock Led Zeppelin, The Animals e Black Sabbath, os norte-americanos mostraram-se à altura da comparação, pelo menos no que toca à energia em palco e ao entusiasmo que conseguiram suscitar no público.

“Electric Man”, “Pressure & Time”, “Open my Eyes” e “Keep on Swinging” foram os momentos mais aclamados pela audiência, sem esquecer a apresentação do tema “Tied Up”, do novo álbum “Hollow Bones”, com lançamento marcado para 10 de junho.

Ao início da tarde, logo após os ensaios, os Rival Sons estiveram à conversa com a TVI24, onde deixaram expressas as altas expectativas que tinham para este concerto.

Porque o Rock in Rio não se faz apenas de palco mundo, vale destacar que pelo palco alternativo passaram os Cave Story, Glockenwise e Metz.

Na tenda eletrónica, John Player Special deu o arranque, seguiram-se os Beatbombers (DJ Ride & Stereossauro), Serginho, Nightmares on Wax e, para fechar, Hudson Mohawkee.

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