Muse e Kaiser Chiefs marcam pontos no Rock in Rio - TVI

Muse e Kaiser Chiefs marcam pontos no Rock in Rio

Concerto da banda de Matt Bellamy acabou por saber a pouco

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O quinto e derradeiro dia de Rock in Rio Lisboa 2008 está a ser colorido com várias tonalidades de rock. Depois dos "deslocados" Orishas tentarem animar um público mais interessado em riffs de guitarras, coube aos britânicos Kaiser Chiefs tomar as rédeas de uma Cidade do Rock completamente lotada com 90 mil pessoas.

A banda de Leeds não acusou o facto de ser a segunda a subir ao Palco Mundo e mostrou estar mais do que apta para pôr toda a gente a cantar a saltar ao som êxitos como "Born To Be A Dancer" ou "Ruby".

Logo à entrada, com "Everything Is Average Nowadays", o vocalista Ricky Wilson avançou destemido ao encontro do público e por pouco não mergulhou no mar de gente à frente do palco. Mais tarde, numa de explorador nato, foi até ninguém tinha ido até agora: passou o corredor que liga o palco à régie e escalou uma das torres das câmaras que filmam os espectáculos.

A primeira apresentação em Portugal do novo álbum "Yours Truly, Angry Mob" fica na memória pela energia do rock bem-disposto e de ritmos dançáveis dos Kaiser Chiefs. Os temas mais 'antigos' também foram celebrados pela plateia, exemplo de "Na Na Na Na Naa", que serviu para testar o grau de (des)afino dos fãs portugueses.

Com direito a uma hora de actuação, "Thank You Very Much", "I Predict a Riot" e "Oh My God" foram remates certeiros da banda que partilha o nome com uma equipa de futebol sul-africana. Ficou a certeza de que esta é uma banda a rever num concerto em nome próprio.

Muse souberam a pouco

Num dia em que três bandas "disputam" o título de cabeça-de-cartaz, os Muse foram os que sairam mais prejudicados com o terceiro lugar que deu direito a apenas 60 minutos de espectáculo.

O trio Matthew Bellamy (voz/guitarra), Christopher Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria) - ao qual se junta Morgan Nicholls nas teclas e efeitos - não pôde contar com o habitual aparato cénico que caracteriza as suas actuações (como em Wembley, num concerto editado agora em DVD e que dá pelo nome de "H.A.A.R.P."). No entanto, os Muse conseguiram provar que são mais do que fogo de vista e que, aspectos estéticos à parte, o poder da sua música consegue preencher um palco com as dimensões deste enorme Palco Mundo.

"Knights of Cydonia", tema que em Outubro de 2006 encerrou o concerto da banda inglesa no Campo Pequeno, foi, curiosamente, o escolhido para abrir o espectáculo do Rock in Rio. O gemer da guitarra de Matt Bellamy conduziu o público na primeira escalada de emoções.

Dos dedos de Chris Wolstenholme sairam as primeiras notas de "Hysteria", uma das preferidas do público, juntamente com "Supermassive Black Hole", "Starlight" e "Time Is Running Out". A banda equilibrou o alinhamento do espectáculo entre explosões sonoras e momentos de acalmia. O rock com contornos electrónicos conquistou a Cidade do Rock, deixando no ar a dúvida quanto às posições atribuídas no cartaz do festival.

Conscientes das limitações de tempo, os Muse não quiseram porém deixar de fora dois hits obrigatórios: "Plug In Baby" e "Stockholm Syndrome". Faltou, por exemplo, "Butterflies & Hurricanes", uma das faixas que exemplifica melhor a sonoridade de marca do trio inglês.

Ao fim de uma hora de espectáculo, ficou-se com a sensação de que este foi um concerto que soube a pouco, deixando, de certo, os fãs com fome por mais.
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