Muse levam 83 mil ao Rock in Rio (reportagem + vídeo + fotos) - TVI

Muse levam 83 mil ao Rock in Rio (reportagem + vídeo + fotos)

Banda era a mais esperada da noite.Palco Mundo abriu com os Fonzie, seguiram-se os Xutos e Pontapés e depois foi finalmente a estreia dos Snow Patrol em solo português.Os Muse fecharam em apoteose

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Foguetes para os Muse! A Cidade do Rock recebeu 83 mil pessoas no dia em que todas as horas foram de espera para a grande actuação da banda de Matthew Bellamy. Os ponteiros marcavam a meia-noite quando os raios do fogo-de-artificio começaram a cair em cima do palco e os Muse ligaram as correntes eléctricas das guitarras. Finalmente, uma noite de rock no Parque da Bela Vista.

Um mar de gente de braços no ar, gritos de histeria do trio de amigas que tremeu de emoção quando o vocalista percorreu o corredor lateral do palco e ficou encostado à parede de colunas de som, de costas para o público, a brincar com a sua sombra. Depois veio «Uprising», um dos hits e foi tudo ao ar. O termómetro da multidão estava já no máximo e ainda estávamos no primeiro quarto de hora.

Não era preciso focar as lentes no fato de lantejoulas do vocalista para se ver que a actuação dos Muse brilharia no escuro. A legião de fãs da banda em solo nacional terá visto, muito provavelmente, uma das melhores actuações de sempre.

Pelo alinhamento passaram 17 temas de uma lista de êxitos. «Supermassive Blackhole», «United States of Eurasia», «Resistance», «Undisclosed Desires ou «Starlight». No fim dos riffs suados de «Neutron Star Colision», a guitarra foi atirada contra o altar da bateria, partindo-se ao melhor estilo rock`n`roll. O concerto fechou em apoteose com uma cascata de fumo intenso após o encore final de «Knights of Cydonia» na versão com direito a solo de harmónica por Christopher Wolstenholme.

Snow Patrol e o efeito sanduíche

«És lindo!» O mulherio gritou-o vezes sem conta, mostrando que estava encantado com o trio dos rapazes. Não é só a música que conta nestas coisas dos festivais - estamos literalmente na Bela Vista. A estreia dos Snow Patrol em Portugal sofreu o efeito sanduíche do cartaz do Palco Mundo. Antes os Xutos e Pontapés tinham dado um concerto efusivo, mas o público queria mesmo era ver os Muse. E os Patrol estavam no meio.

A banda de Gary Lightbody teve uma actuação competente e de grande interacção com o público, dividindo a plateia em dois no refrão de «Shut Your Eyes». Este cantou alto algumas das músicas mais populares do seu best of , como «Crack The Shutters», «Run», «Just say yes» ou «Chasing cars».

Elogios para a entrada em palco de Rita Redshoes. «Muito bonita!», disse o vocalista antes de dividirem «Set the Fire to the Third Bar», tema que em que a cantora não se mostrou muito segura.



We love Xutos

As emoções estiveram à flor da pele e na sola dos pés, com toda a gente a pular durante o concerto dos Xutos e Pontapés. Com trinta anos de rock cantado em português, a banda de Tim, Kalú, Zé Pedro e Cabeleira consegue sempre fazer com que um grande incêndio em palco se propague pela plateia. Aqui no Rock In Rio não foi diferente, com a multidão a cantar as músicas de uma ponta à outra de braços no ar.

A multidão, que já se via ia ser grande, corre qual bandeiras despregadas ao som de «Contentores». No alinhamento seguiram-se muitos dos hinos da banda: «À minha maneira», «Não sou o único», «Circo de feras». A actuação contou mais à frente com Tim a ceder o protagonismo do microfone à voz rouca de Kalú, que cantou «Tonto» num solo de guitarra com Zé Pedro.

Não foi música para descansar os braços, até porque a seguir - talvez por serem tempos de crise (ou será invenção de Wall Street) fez-se ouvir um dos versos que mais alto se gritou porque era «Dia de S. Receber», fim do mês como hoje. Na plateia, os Xutos viram replicados os lenços no pescoço e o entusiasmo de alguns que, junto às barras frente ao palco, viam a banda ao vivo pela primeira vez. Terão saído roucos e engrandecidos. O concerto fechou com o refrão de «a minha casinha», que ainda estava longe e só depois das filas de trânsito do fim da noite.
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