Desculpem Bastille, mas a noite foi dos Muse - TVI

Desculpem Bastille, mas a noite foi dos Muse

Sim, é verdade que o trio britânico repetiu a fórmula usada em 2015, mas resultou. As 71 mil pessoas que estavam no parque da Bela Vista não saíram desiludidas com o que viram: um "supermassive” concerto em pleno palco Mundo do Rock in Rio

23:11. Matt Belamy e companhia sobem ao palco. Aos primeiros acordes fica claro o que o último concerto do dia reserva: uma "supermassive black" night. Os Muse não estão aqui para defraudar expectativas, até porque vêm repetir quase em pleno o concerto de há três anos em Portugal, quando atuaram em Algés.

Mas comecemos do início. As portas do Rock in Rio abriram mais cedo do que é normal. Às 12:00 entravam pelas portas da Cidade do Rock centenas de festivaleiros dispostos a querer desfrutar de tudo o que a oitava edição do festival tem para oferecer: os brindes - sim, continua a haver filas intermináveis para os sofás e chapéus -, as ofertas da Rockstreet, as diversões - mais uma vez, filas grandes apesar da app destinada a evitar as confusões -, a arena de gamming com comentários de jogos ao vivo e cheio de personagens saídas de mundos de fantasia, e claro... as poucas sombras do parque.

No Music Valley, o chamado palco secundário, os concertos tiveram início às 17:00, mas às 12:00 abriu a piscina do festival para que os mais atrevidos mergulhassem até que os primeiros acordes soassem mesmo ali ao lado. 

E foi o que aconteceu. As primeiras a subir a este palco do festival foram AnaVitória. A dupla brasileira que em Portugal ficou conhecida depois do dueto com Diogo Piçarra cativou quem enfrentava o forte sol para as ouvir.

“Foi um puro abraço. É a nossa primeira vez fora do Brasil, então estávamos muito ansiosas, mas foi lindo", contou a dupla em entrevista à TVI24.

“Trevo”, “Dengo”, “Nós” e “Chamego Meu” foram alguns dos temas com que a dupla brasileira brindou o palco antes de, literalmente, correr para o palco mundo para voltar a entoar “tu és trevo de quatro folhas” ao lado de Diogo Piçarra, a quem coube as honras de abrir o palco Mundo desta edição. 

"Foi a coisa mais linda. A gente estava no Music Valley e corremos para participar no show do Diogo e foi demais", confessa Vitória.

O músico português, que em 2017 viajou até ao Brasil para gravar o tema com a dupla brasileira, não resistiu mesmo a perguntar a quem ali estava se ia continuar a ver o concerto, agora que usa das músicas mais esperadas já tinha sido tocada. E continuaram até o concerto acabar.

Pode mesmo dizer-se que Diogo Piçarra conseguiu ter mais gente na frente do palco do que Haim, o trio californiano que se esforçou - e muito - para cativar quem não tinha arredado pé dali. 

De regresso a Portugal quatro anos depois do concerto no Primavera Sound, Este, Danielle e Alana mostraram-se comunicativas com o público, arriscando mesmo falar em português. No entanto, o público não pareceu render-se ao trio e limitou-se a esperar pela chegada de Bastille.

Nem um recado para Trump faltou

Dan Smith é um homem que não é parco em palavras. E o concerto desta noite em Lisboa foi a prova disso. Enquanto caía a noite na cidade do Rock, a banda de rock alternativa inglesa via a multidão crescer à sua frente.

Sabendo que eram ponte para o concerto mais aguardado da noite, os Bastille souberam usar o seu repertório para manter o público animado ao longo de uma hora de concerto.

O primeiro hit a fazer o público saltar foi a "versão muito estranha" do mix de 'The Rhythm of the Night' e 'Rhythm is a Dancer'.A banda não é desconhecida dos portugueses e, se dúvidas houvesse, rapidamente ficaram dissipadas.

O vocalista dos Bastille mostrou-se muito comunicativo - apesar do seu "português de merda" - e antes de "The Currents" decidiu deixar um recado às "pessoas que estão em posições de poder e dizem coisas horríveis", resumidamente, a Trump.

Esforçados, os Bastille deixaram uma das músicas mais conhecidas para o fim: "Pompei". O público agradeceu.

Só faltaram os drones

Houve Bastille, depois fogo de artifício e por fim.... Muse.

Em 2015, no Nos Alive, o trio britânico deixou provado mais uma vez que é uma banda para grandes audiências: há ritmo, há lantejoulas, há confetis e serpentinas pelo ar. O plano não é novo, mas resulta e o entusiasmo das 71 mil pessoas no parque da Bela Vista é a prova disso.

Sem álbum novo desde "Drones", Matt Belamy, Christopher Wolstenholme e Dominic Howard trouxeram ao palco Mundo temas que o público português bem conhece: "Psycho", "Dead Inside", Starlight" e "Time is running out". 

Houve tempo para palmas sincopadas, para uns pontapés numa guitarra no final de “Stockholm Syndrome” - Matt Belamy chegou mesmo a atirá-la contra uma das colunas -, balões gigantes, serpentinas e confetti disparados para o público (que ficaram presos nos fios do slide) e um final em grande com "Uprising" e "Knights of Cydonia".

Sim, a fórmula é repetida. Sim, resulta. Prova disso é que há fãs que continuam a ficar sem palavras perante o espetáculo de som e cor que os britânicos trazem a palco.

Nuno e João Francisco, dois irmãos que vieram do Norte para o primeiro dia do festival garantiram, em conversa com a TVI24, que não saíram desiludidos. 

"Foi um dia único, uma experiência única. Foi a minha primeira vez no Rock in Rio e adorei", confessa Nuno para rapidamente ser completado pelo irmão: "Foi muito bom. Bastille foi ótimo, o ambiente estava espetacular, com muita gente. Muse ... é a minha banda favorita. Sem palavras".

 

A oitava edição do festival Rock in Rio Lisboa prossegue este domingo com Bruno Mars como cabeça-de-cartaz, num dia esgotado há muitos meses.

São ainda esperadas as atuações, entre outros, de Demi Lovato e Anitta – ambas em estreia nacional – e Agir.

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