Rock in Rio: e o último dia foi de Ivete Sangalo - TVI

Rock in Rio: e o último dia foi de Ivete Sangalo

  • Élvio Carvalho
  • 30 mai 2016, 02:39

Cantora brasileira substituiu a norte-americana Ariana Grande que faltou por motivos de doença. Ao DJ sueco Avicii coube a última atuação da noite, que colocou 47 mil pessoas a saltar, mas no final foi Ivete quem deixou a grande marca no parque da Bela Vista

Levantou “poeira”, pela segunda vez.

O relógio marcava 21:00 quando Ivete Sangalo subiu pela segunda vez ao palco mundo nesta edição de Rock in Rio Lisboa. A cantora brasileira, que já tinha atuado ontem, aceitou substituir a norte-americana Ariana Grande – que faltou por motivos de doença - e apesar de não ter assumido a posição de cabeça de cartaz, foi quem deixou marca neste último dia do festival.

A responsabilidade de terminar as atuações no palco principal da edição de 2016 do Rock in Rio coube ao DJ sueco Avicii, que entre hits próprios, como “Wake Me Up” ou “Addicted to You”, e ‘remixes’ de outros artistas colocou 47 mil pessoas aos saltos durante uma hora e meia.

Pouco comunicativo – só falou no final do concerto para deixar um obrigado ao público – mas bastante enérgico, Avicii mostrou que a música eletrónica também merece estar no palco principal do Rock in Rio. Um espetáculo de música, luzes, fumo e fogo, que deixou vontade de outra hora e meia de concerto, encerrando em alta o palco mundo, mas também as passagens do sueco por Portugal, já que o artista anunciou que vai terminar a carreira no final do ano.

Sem retirar mérito ao espetáculo do DJ sueco, a sua atuação não pode ser considerada a mais forte da noite, essa fica para mesmo para Ivete Sangalo. Com o mesmo entusiasmo do concerto de sábado, a artista brasileira voltou a não acusar os 44 anos que completou na sexta-feira, e sem parar durante uma hora e meia voltou a conseguir agarrar em frente ao palco milhares de pessoas que dançaram até levantar “poeira”.

Sangalo já era a artista que mais vezes atuou no Rock in Rio – sete vezes em sete edições –, mas com este concerto inesperado, estabelece um recorde ainda mais difícil de bater, oito vezes em sete edições. Logo ao início do espetáculo esclareceu que não teve qualquer reticência em aceitar a segunda atuação.

Ia ficar em Lisboa, mas para “passear pela cidade com o marido”, referiu. Mas porque “adora Lisboa e Portugal”, porque é “filha da terra”, não podia recusar um convite do Rock in Rio para substituir Ariana Grande e dar um segundo espetáculo na Cidade do Rock.

A cantora gosta tanto dos fãs portugueses que convidou os milhares que estavam diante do palco a visitar o Brasil. "Vou buscar-vos ao aeroporto e ficam lá em casa. Venham na altura do Carnaval".

A setlist só diferiu da de ontem em dois temas, nenhum suficientemente relevante para retirar mérito ao concerto. Porque os que fizeram o público “levantar o pé do chão” foram os “clássicos”:“Abalou”, “Arerê”, “Festa” e “Poeira”. A música nova “Eu gosto tanto”, que já ontem tinha sido apresentada, e que “ainda não foi apresentada no Brasil”, também voltou a encantar a audiência.

O festival já está garantido para 2018 e, depois das atuações nesta edição, dificilmente não terá Ivete Sangalo no cartaz.

Antes da artista brasileira subir ao Palco Mundo, coube ao norte-americano Charlie Puth entreter o público da Bela Vista. O cantor de 24 anos, que veio apresentar “Nine Track Mind”, lançado em 2015, estreou-se em Portugal logo no palco principal e perante uma plateia que ainda não tinha as 47 mil pessoas, mas já quase não deixava espaços vazios no relvado.

Puth quis começar em grande e abriu com um dos maiores trunfos: “Marvin Gaye” - tema em que é convidada Meghan Trainor -, uma das músicas que o ajudou a conseguir fama mundial. Seguiram-se “Dangerously” e “Some Type of Love”, que aqueceram as gargantas do público. Pelo meio ainda houve “Up All Night”, e na reta final os dois temas que o levaram ao estrelato; “One Call Away” e “See You Again”, este último que fez parte da banda sonora do filme “Velocidade Furiosa 7”.

Tal como no caso de Avicii, o concerto do jovem foi igualmente inesquecível para quem esteve na Bela Vista - houve quem ficasse em lágrimas -, mas parece que estava “escrito” que este dia ficaria marcado pelo português do Brasil.

No palco secundário atuaram a artista portuguesa Isaura – um curto concerto onde foi visível o potencial que tem esta artista ainda em ascensão -, B Fachada – o ex-Diabo na Cruz, Bruno Fachada – e as espanholas Hinds.

Pela eletrónica passaram os DJ’s Duarte, Renato Ratier, Louisahhh, Paranoid London, Gusgus, Rodriguez JR.

O Rock in Rio despede-se do Parque da Bela Vista durante dois anos, até 2018, uma edição que já está a ser “preparada há duas semanas”, garantiu a vice-presidente Roberta Medina.

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