Sudoeste: de Kanye West a dEUS, passando pelos Clã - TVI

Sudoeste: de Kanye West a dEUS, passando pelos Clã

  • João Silva
  • Luís Silva (imagem) e Manuel Lino (fotos)
  • 6 ago 2011, 15:50

45 mil pessoas estiveram na Herdade da Casa Branca no segundo dia de concertos

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O hip hop continua a dominar as atenções nesta 15ª edição do festival Sudoeste. Depois da abordagem directa e eficaz ao «sexo e drogas» com Snoop Dogg, na quinta-feira, os festivaleiros assistiram a uma espécie de ópera de contornos supostamente épicos saída da cabeça de Kanye West, esta sexta.

Com um novo álbum que gerou muito burburinho à sua volta, chegando a ser considerado como uma obra-prima do hip hop, Kanye tem agora a difícil tarefa de transformar «My Beautiful Dark Twisted Fantasy» num espectáculo ao vivo que mantenha a qualidade escutada em disco.

O rapper escolheu um caminho minimalista, com uma banda onde prevalecem os sintetizadores e onde não existe sequer um baterista. O cenário é cuidado, imponente q.b., e Kanye, protagonista principal do seu musical de três actos surge rodeado de um batalhão de dançarinas que acrescentam vida e colorido ao espectáculo. Há fogo de artifício no céu, chuva de fogo em palco, lasers e Kanye West faz a sua primeira aparição envolto em fumo, no cimo de uma torre elevada no meio do multidão.

Infelizmente, os adereços não são apenas cénicos. Kanye usa e abusa do auto tune que transforma a sua voz em melodias artificiais e ao fim de quase duas horas o tom robótico já cansava. É pena, porque realmente há canções bem construídas, como «Dark Fantasy», «Runaway» e «Power», que poderiam ganhar outra dimensão ao vivo, mas que por vezes não passaram de versões karaoke enfeitadas.

Por outro lado, «Gold Digger», «Touch The Sky» e «Stronger» (colaboração em disco com os Daft Punk) surgiram menos forçados e foram mesmo dos melhores momentos do concerto. No final não houve encore (a actuação arrancou com uma hora de atraso) e havia mesmo quem entoasse cânticos a chamar por Snoop Dogg, a estrela da noite anterior.

Neste segundo capítulo de Sudoeste TMN 2011, os Clã abriram o palco secundário com um espectáculo que juntou crianças, jovens e adultos na plateia. A viagem a bordo do «Disco Voador», o novo álbum da banda portuguesa, conseguiu realizar o desejo de Manuela Azevedo e companhia em oferecer a experiência festivaleira aos mais pequenos.

Na ponta oposta do recinto, Marcelo Camelo e a sua trupe mereciam mais público, cabendo-lhes a ingrata tarefa de actuar no Palco TMN às 19h20, altura em que grande parte das pessoas ainda estava na zona do campismo ou não tinha sequer chegado ao festival.

A pouco e pouco os Deolinda conseguiram juntar mais público à sua volta e, pela terceira vez em quatro anos, animaram o Sudoeste ao som de «Fon Fon Fon» e «Movimento Perpétuo Associativo».

Mais tarde, e enquanto «Soulstorm» era um dos êxitos de Patrice a ouvir-se no Palco TMN, os dEUS recordavam canções como «Instant Street» e «The Architect» no Palco Planeta Sudoeste. Os belgas foram uma das bandas presentes na primeira edição do Sudoeste, em 1997, e agora, 14 anos mais tarde, mostraram-se bem vivos, apresentando até novos temas a incluir em «Keep You Close», disco a editar em Setembro.

A música dos Underworld, Luísa Sobral, Cuca Roseta, Junior Kelly e Bloco Bleque também passou pelo festival num dia em que, segundo a organização, estiveram 45 mil pessoas na Herdade da Casa Branca, em Odemira. Por avistar ficou Adam Sandler, actor que supostamente terá visitado o festival durante as suas férias em Portugal.

Este sábado o destaque vai para as actuações dos Scissor Sisters, Valete, King Khan & The Shrines e de um dos DJs já habituais no Sudoeste - o francês David Guetta.
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