“Amamos Portugal”: ao quarto dia os Arcade (deram) Fire - TVI

“Amamos Portugal”: ao quarto dia os Arcade (deram) Fire

  • João Guilherme Ferreira
  • 19 ago 2018, 04:43

Foi com os cabeças de cartaz do Vodafone Paredes de Coura que terminou a 26ª edição. A banda canadiana justificou o porquê de se autodenominar a melhor do mundo

Foi com Everything Now que os Arcade Fire regressaram ao habitat natural da música, 13 anos depois. A praia fluvial do Taboão, como recordou o vocalista Win Butler, serviu de rampa de lançamento para a banda canadiana na Europa.

 

 

Ao início do concerto, com “tudo agora” projetado em palco, seguiu-se “Rebellion”. Em Paredes de Coura, uma parte do público tinha ainda memória da passagem da banda no festival. O vocalista declarou o amor da banda pelo país e pediu “alguma moderação” para “poderem atuar noutros locais”.

 

Quando estivemos aqui em 2005 vocês eram crianças, nós éramos crianças”, recordou Win Butler

 

Do amor ao ataque, os Arcade Fire dedicaram “Intervetion” ao presidente norte-americano, Donald Trump. Uma música com uma letra que aborda um dos temas que tem marcado, de forma negativa, a administração Trump: a imigração.

 

 

Minutos depois Aretha Franklin foi novamente “chamada ao palco” do anfiteatro natural. A banda dedicou “The Suburbs”, do álbum homónimo, à artista da soul, falecida no passado dia 16.

 

 

A simbiose entre público e artistas foi limando arestas ao longo do espetáculo. No habitat natural da música, os espetadores acompanharam em coro e com palmas clássicos como “Reflektor” ou “Afterlife”.

 

Mesmo com um público mais que desperto, os Arcade Fire acabaram o concerto com “Wake Up”. A banda deixou, uma vez mais, o palco com o público a entoar o tema do álbum “Reflektor”.

 

O concerto não defraudou as expetativas do público, houve quem viesse de propósito desde o Algarve, que esteve até às três da madrugada na praia fluvial do Taboão. No meio de milhares de fãs da banda, houve quem não conhecesse a banda canadiana, mas que agora “a vai adicionar à playlist”.

 

Antes dos Arcade Fire encantarem o anfiteatro, os Dead Combo tinham elevado a fasquia. A banda portuguesa apareceu em Paredes de Coura com Mark Lanegan, um norte-americano com influências do sub pop, que acompanhou a banda nas três últimas noites.

 

 

Apesar do anúncio da doença de Pedro Gonçalves, o membro fundador da banda esteve em palco naquele que foi considerado como um dos melhores concertos da 26ª edição.  

 

Em palco a banda mostrou que é “mais do que Mulata Lisboa”. Os temas “Povo que vais Descalço” ou “Cuba, 1970” foram provas de sintonia entre o grupo e o público.

 

Foi com uma vénia e palmas da multidão que os Dead Combo saíram do palco Vodafone. O grupo mostrou que as influências do rock e do fado que compõe as músicas agradam ao público nacional.

 

No palco principal passaram ainda Curtis Harding e Big Thief. A banda de indie rock, natural de Brooklyn, atuou para um anfiteatro bem composto, no que diz respeito ao público, naquele que terá sido um dos maiores concertos da banda.

 

Já o cantor norte-americano Curtis Harding, com uma forte presença em palco, voltou a chamar o soul ao palco Vodafone. “Need your love” e “Keep on Shining” foram os temas que mais prenderam a atenção do público ao espetáculo.

 

A abertura das hostes esteve a cardo de Myles Sanko. O cantor franco-ganês ficou encarregue pela estreia do jazz no palco principal. Com “bastante love” o compositor fez com que, desde o início do concerto, o público acompanhasse os ritmos do jazz.

 

Quarenta minutos é pouco tempo para tocar aqui”, afirmou Myles Sanko

 

No recinto houve ainda tempo para o sotaque brasileiro de Silva. O cantor, que passou pelo Estúdio 24, foi o responsável pela retomada do festival depois da pausa para jantar.

 

No palco Vodafone FM o brasileiro apresentou temas do trabalho mais recente “Brasileiro”. Em entrevista à TVI24, o cantor revelou que “nunca tinha estado tão a norte do país”.

 

Sobre o mais recente trabalho, o compositor revela que o mesmo foi “lançado do dia para a noite na internet”. A opção foi feita para surpreender os fãs, numa altura em que estava em digressão.

 

O álbum tem ainda uma tema com a artista do funk Anita que o brasileiro considera ser “bastante talentosa”. A música serviu, segundo Silva, para quebrar barreiras entre géneros e artistas “tão diferentes”.


Como balanço final ficam as 100 mil pessoas que passaram pelo festival, a satisfação da organização, feito por João Carvalho, e do público que passou pelo festival. Nove em cada dez festivaleiros recomenda a vinda ao festival a família e amigos, para isso aqui ficam as datas da próxima edição: 14, 15, 16 e 17 de agostos de 2019, como sempre, na praia fluvial do Taboão.

Continue a ler esta notícia