Depois de um terceiro dia dedicado ao rock, a última noite do Vodafone Paredes de Coura voltou a juntar géneros diferentes no palco principal do evento. The Last Internationale, Capitão Fausto, The Tallest Man on Earth, Portugal. The Man e Chvrches foram os nomes escolhidos para fechar a 24.ª edição do festival minhoto, combinando no mesmo espaço o hard rock, rock psicadélico, indie folk, rock e eletro-pop.
Comecemos pelo eletro-pop dos Chvrches. A banda escocesa regressou ao festival onde já tinha estado em 2014 – quando antecederam o concerto de Franz Ferdinand – desta vez com a tarefa de encerrar os quatro dias de música na Praia Fluvial do Taboão. Este ano com mais um álbum na manga, o trio encheu as medidas do palco principal e esteve à altura da tarefa que lhe foi confiada: fazer com que os festivaleiros mantivessem o mesmo sorriso de satisfação que ostentaram durantes os outros dias do evento.
"Gun", continuam os Chvrches #vpdc pic.twitter.com/QwwJ1KBx27
— Élvio Carvalho (@ElvioCarvalho1) 21 de agosto de 2016
A banda – que pouco antes do concerto esteve à conversa com a TVI24 – composta Lauren Mayberry, Martin Doherty e Iain Cook, fez do anfiteatro natural uma autêntica pista de dança e mostraram que a falta de instrumentos não significa ausência de qualidade. Aliás, a voz de Mayberry até podia estar sem qualquer som de fundo a acompanhá-la que continuaria a dar um bom espetáculo, de tão afinada que estava.
“Gun”, “Under The Tide”, “Clearest Blue” e – a última da noite – “The Mother We Shared” foram alguns dos momentos altos de um concerto, ainda assim “morno”, se compararmos com o dos seus antecessores “Portugal. The Man”.
"The Mother we Shared", a última dos Chvrches e a última do palco principal desta 24 edição do #vpdc pic.twitter.com/77D8XxH23b
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Uma grande surpresa e uma grande chapada na cara de quem desconfiava dos norte-americanos e da sua capacidade de dar um bom concerto, que justificasse a sua entrada tão tardia no alinhamento de hoje. O espetáculo dos “Portugal. The Man” foi, aliás, o último a causar aplausos ensurdecedores em Paredes de Coura, que ainda assim mal se ouviam abafados pelo som das guitarras.
Portugal. The Man acabam de entrar em palco #vpdc pic.twitter.com/pkHNrJ6Ihu
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Também de regresso ao festival, depois de terem passado por cá na edição de 2009, os americanos voltaram para apresentar “Evil Friends”, de 2013. “Hip-Hop Kids”, justamente deste álbum, deu o tiro de partida de um concerto praticamente sem interrupções, que trouxe até um cover de “Don’t look back in Anger”, dos Oasis - hino que fez levantar do chão até os mais exaustos -, tema que precedeu “Modern Jesus”, outra música retirada do álbum de 2013, e que acabou por ser um dos pontos mais fortes do concerto.
Portugal The Man tocam uma cover de Oasis, "Don't look Back in Anger" #vpdc pic.twitter.com/rm0GRWgfJP
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Bem mais calmo foi o espetáculo de Kristian Matsson, hoje mais conhecido pelo seu nome de palco: The Tallest Man on Earth. Calmo, não no sentido de qualidade inferior, mas porque o seu estilo dita que assim tem de ser. No fundo, o indie folk do músico sueco acabou por servir de pausa para os festivaleiros, que precisavam de recuperar do concerto dos portugueses Capitão Fausto, que deram um dos concertos com mais energia neste último dia.
O ritmo calmo dos temas de The Tallest Man on Earth faz com que muitos vejam o concerto sentados #vpdc pic.twitter.com/88JENN4JCk
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“Wind and Walls” serviu de abertura para o espetáculo que trouxe também, entre outras, “Fields of Our Home”, “The Gardener”, “Sagres” - sim, está relacionada com a vila portuguesa –, “King of Spain”, “Dark Bird is Home” – que dá nome ao último trabalho de originais – e, a última, “Like the Wheel”.
The Tallest Man on Earth, terceiro no palco Vodafone #vpdc pic.twitter.com/NefvkrNrT7
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Por fim, os primeiros do dia, “The Last Internationale”. Os norte-americanos que chegaram prontos para dar um grande espetáculo para o público português, porque estavam “muito felizes de estar a tocar aqui”.
Não é frase feita, a banda estava a ser genuína quando o disse. Dois dos elementos são descendentes de portugueses e tiveram algum empenho em demonstrar que este não era um concerto como outro qualquer. Falaram, muito, em português, elogiaram o país, e durante a última música até mostraram imagens de cravos e da revolução de 25 de abril de 1974. Eles, que tanto apelam à “revolução”, acharam por bem mostrar imagens da nossa.
Imagens dos Capitães de Abril na última dos The Last Internacionale #vpdc 1/2 pic.twitter.com/s6Y0E9DTms
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Cinco bons espetáculos, que talvez não tenham tido a mesma energia do dia anterior, mas que ainda assim deixarão marca no coração dos milhares que estiveram no festival.
No palco secundário, hoje foi a vez de atuarem os portugueses Grandfather’s House – que abriram o quarto dia de concertos -, o duo Filho da Mãe e Ricardo Martins, os russos Motorama e os norte-americanos Cigarretes after sex.
"Sweet Love Making", Grandfather's House no #vpdc pic.twitter.com/SvzlOjXvQU
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O Vodafone Paredes de Coura despede-se da Praia do Taboão por mais um ano, com a certeza de regresso em 2017, para a edição dos 25 anos do festival, que vai decorrer nos dias 16, 17, 18 e 19 de agosto.