«É quase como se tivesse uma piscina em casa, um alívio gigante» - TVI

«É quase como se tivesse uma piscina em casa, um alívio gigante»

Catarina Monteiro (Facebook Catarina Monteiro)

Nadadora portuguesa Ana Catarina Monteiro é a única atleta autorizada a entrar na piscina do Clube Fluvial Vilacondense. O relato da rotina da atleta qualificada para Tóquio que viu o sonho adiado

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A nadadora portuguesa Ana Catarina Monteiro tem, nesta altura, cuidados imperativos na rotina diária de treino, mas o privilégio de poder treinar na água, o seu habitat natural, ao contrário de muitos outros praticantes da modalidade. Do desporto, no geral.

Vila do Conde. Casa, piscina, casa. Vestir roupa, tirar e desinfetar. Porque há pais e uma avó em casa e todo o cuidado é pouco com a pandemia da covid-19. É esta a rotina, com disciplina.

De segunda a sábado, a atleta lusa, qualificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio nos 200 metros mariposa, mantém os hábitos de treino. Agora adaptados à nova realidade, com a benesse de poder frequentar a piscina do seu emblema, o Clube Fluvial Vilacondense. Só ela e o treinador, Fábio Pereira. São as exceções à decisão de encerramento da atividade nas instalações.

«Moro a 30 segundos de carro da piscina. Tenho o carro na garagem, saio de casa, entro na garagem e no carro, vou do carro até à piscina. Entro na piscina, nado, praticamente não uso os balneários, apenas eu e o Fábio temos autorização para entrar na piscina. Treino, venho embora, o mesmo processo. É quase como se tivesse uma piscina em casa e isso, para mim, foi desde o primeiro momento um alívio gigante», contou Ana Catarina Monteiro, num testemunho partilhado pela Federação Portuguesa de Natação (FPN), este sábado.

Acordar cedo, ter rigor nos hábitos alimentares e no processo de treino continua a ser imperativo, ainda que sem a rotina habitual.

«Acordo de segunda a sábado pelas sete, tomo o pequeno almoço e faço o primeiro treino físico da manhã, tal como faço toda a época. Normalmente faço o treino de ginásio às 6h30, antes de entrar na água. Agora, estou a manter o mesmo planeamento. Consegui trazer material do ginásio, da piscina e tenho algum material próprio que permite fazer uma grande quantidade de exercícios idêntica ao que faria se estivesse no ginásio. Entre as 8h30 e as 9 horas vou para a água, faço o meu treino da manhã. Volto para casa no registo que disse, porque tenho em casa os meus pais e a minha avó e a preocupação é grande, apesar de ser com a máxima segurança. Volto, faço um bocadinho de bicicleta e depois tenho um período para descansar. Três vezes por semana estou a manter um treino de água da parte da tarde. Estou a fazer nove treinos de água semanais, uma vez que ainda temos o calendário um bocadinho indefinido, o foco é manter a preparação física ao melhor nível e quando volto, ao final do dia, faço mais um treino físico, normalmente acompanhada pela minha mãe, o que torna tudo mais divertido», completou a nadadora, um dos cinco nomes lusos na modalidade com mínimos para os JO, adiados esta semana.

Em casa, Ana Catarina Monteiro conta também o que tem feito nos tempos mais livres, deixando uma mensagem de esperança pelos «objetivos» ambicionados por cada um.

«Aproveito para fazer várias coisas, arrumações, desafiar os meus pais a pequenas coisas, as redes sociais têm sido espetaculares, dão-nos desafios constantes e podemos estar em contacto uns com os outros. O domingo é o dia sem despertador, o dia da ronha. Temos de manter-nos positivos e manter o foco no que queremos, os nossos objetivos, sejam eles quais forem, não desapareceram, podem estar ligeiramente adiados e temos de manter o foco neles», concluiu.

Apesar do adiamento, os atletas já apurados mantêm o estatuto para a prova. Além de Monteiro, Tamila Holub (entrevistada na última semana pelo Maisfutebol), Diana Durães, Alexis Santos e Gabriel Lopes são os outros nadadores portugueses já qualificados.

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